ISSN 2359-5191

28/06/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 40 - Educação - Hospital Universitário
USP discute consumo de álcool na universidade

São Paulo (AUN - USP) - Uma equipe de profissionais da saúde, liderados pelo pediatra João Paulo Becker Lotufo, decidiu iniciar um debate sobre o consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens. A internação de dois estudantes em coma alcoólico no Hospital Universitário (HU-USP) este ano chamou a atenção dos médicos. Ambos chegaram em estado grave ao pronto socorro depois de abusar da bebida em festas realizadas dentro da universidade.

O primeiro encontro ocorreu no dia 8 de junho, terça-feira, no anfiteatro da Faculdade de Odontologia. Estavam presentes alguns funcionários da universidade e apenas quatro alunos, apesar do convite feito à maioria dos centros acadêmicos. Ainda que o número de participantes tenha ficado abaixo da expectativa, Lotufo mostrou-se otimista. Ele lembrou que o mesmo ocorria há 15 anos, no início das discussões sobre leis e programas antitabagistas.

Lotufo fez uma breve apresentação inicial para mostrar os riscos do consumo excessivo de álcool. Essa droga lícita é a segunda maior causa de mortes evitáveis no mundo, perdendo apenas para o cigarro. Além disso, está associada a problemas como acidentes de trabalho, acidentes de carro, violência, divórcios e inclusive ao uso de outras drogas. O médico também explicou que o alcoolismo depende de fatores genéticos, é considerado uma doença e existe um diagnóstico para identificá-lo.

Para ilustrar os abusos cometidos pelos estudantes, foi exibido um vídeo do campeonato “Maratoma”, prova de resistência alcoólica realizada por alunos da Escola Politécnica. Depois, foi aberta a discussão para todos os presentes com o objetivo de levantar possíveis soluções para diminuir o consumo abusivo de álcool na universidade. Alguns funcionários sugeriram a proibição, mas o próprio João Paulo discordou da medida. Uma aluna de Nutrição, integrante de Centro Acadêmico, colocou que se o álcool fosse proibido dentro do Campus a medida deveria ser estendida aos professores e funcionários, impedindo a realização de coquetéis, por exemplo.

Algumas pessoas relataram experiências concretas. Maria do Carmo, funcionária da Faculdade de Odontologia disse que há hoje um diálogo entre as entidades que organizam a festa e os funcionários. Para que elas aconteçam, é antes estabelecido o número de presentes, a hora de término e um limite para a venda de bebidas. Assim, tem sido possível manter um certo controle. Para Flávio, estudante do 5º ano de Medicina, a morte do calouro há dez anos “foi um divisor de águas” e hoje as entidades têm mais responsabilidade pelos seus atos. Ele acha que em muitas entidades estudantis, falta amadurecimento por parte de quem as assume.

Todos os presentes concordaram que a discussão ainda é tímida e precisa ser mais debatida. Os principais pontos levantados foram a ineficiência de medidas proibitivas, a necessidade de fazer um trabalho constante por causa da rotatividade dos alunos e a possibilidade de coordenar simultaneamente ações políticas, que dêem resultado a curto prazo, e ações educativas, com resultado em médio a longo prazo.

A próxima reunião será realizada provavelmente em agosto.

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