ISSN 2359-5191

02/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 44 - Economia e Política - Instituto de Eletrotécnica e Energia
Professor defende fim do crescimento econômico

São Paulo (AUN - USP) - "O problema do petróleo não é a falta, é o excesso". É o que defende o professor Ademar Ribeiro Romeiro, do Instituto de Economia da Unicamp, especialista em Economia Ecológica. Em recente palestra realizada no Instituto de Eletrotécnica da USP (IEE/USP), Romeiro explicou que o crescimento econômico pode acarretar impactos irreparáveis para o planeta, ao forçar a crescente utilização de recursos naturais. E asseverou: "Precisamos zerar o crescimento do mundo".

Professor livre docente da Unicamp, Romeiro esclareceu que a Terra, como todo sistema interligado, possui capacidade de se recuperar de possíveis danos, retornando ao estado anterior. Essa propriedade, conhecida como resiliência, no entanto, tem um limite: "Todo sistema interligado possui um limiar de resiliência que, uma vez ultrapassado, provoca uma ruptura catastrófica". No caso da Terra, esse limite é desconhecido: "Nós não sabemos qual a capacidade de absorção de impacto do planeta", alerta.

Segundo ele, o aumento do consumo de energia para produção de bens materiais, decorrente do desenvolvimento econômico, pode representar uma ameaça ao meio ambiente ao trazer, para a superfície do planeta, materiais e fontes de energia anteriormente inertes na crosta terrestre. Por isso, defende o que chama de "estado de crescimento estacionário", uma situação em que o crescimento econômico é congelado. Antes, porém, é preciso que os países atinjam graus de desenvolvimento equivalentes, de modo a atender as necessidades de suas populações: "Não significa congelar as desigualdades que existem. Significa eliminar as desigualdades existentes de maneira sustentável", esclarece.

Crítico de ações como as do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), cujas pesquisas ganharam fama de conclusivas, Romeiro acredita que os impactos causados pelo homem ainda são mal quantificados: "É possível que, em pouco tempo, toda essa discussão sobre efeito estufa se torne coisa do passado". Mas concorda que devem ser tomadas medidas imediatas: "Justamente porque não sabemos qual a extensão do impacto é que devemos fazer algo".

Para Romeiro, tais ações passam pela diminuição da desigualdade entre os países e pela valorização da “educação ecológica”, capaz de sensibilizar a população quanto à necessidade de adotar novos padrões de produção e consumo menos danosos.

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