São Paulo (AUN - USP) - O projeto âCasotecaâ da Universidad de la República do Uruguai pode ser implantado no Instituto de Psicologia (IP) da USP. Adriana Cristóforo, coordenadora do projeto, apresentou uma palestra no IP para apresentá-lo e tirar dúvidas quanto ao seu funcionamento. No Brasil, o material não seria apenas traduzido para o português. A ideia é desenvolver um programa similar adaptado à realidade do ensino da Psicologia no paÃs, já que esse pode variar muito de um lugar para outro.
O projeto âCasotecaâ foi um processo de várias etapas, que começou a executar-se em 2007 e teve por objetivo criar e editar um CD multimÃdia que seja um dispositivo de ensino de consulta e diagnóstico psicológico. A Casoteca tem uma coleção de materiais clÃnicos e narrativas de situações reais de consulta, que possuem guias didático-pedagógicos dados através de comentários teóricos, clÃnicos e técnicos que estão incorporados ao texto como hipertextos. O projeto surgiu por uma necessidade pleiteada pelos estudantes de dispor de materiais clÃnicos para o estudo e preparação das avaliações dos cursos.
Sete matérias, de diferentes anos do curso de Psicologia, são beneficiadas com o CD multimÃdia: Teoria e Técnica da Entrevista; Introdução ao Diagnóstico Psicológico; Exploração dos Aspectos Intelectuais; Técnicas Projetivas (básico e aprofundamento) e Diagnóstico e Intervenção (básico e aprofundamento). A iniciativa começou com Mabela Ruiz, dona da ideia e foi desenvolvida junto com estudantes dos cursos beneficiados.
A Casoteca é interativa, pois além do CD, contém um espaço para consulta presencial e também à distância (consulta virtual) através de um blog. O aluno pode trocar comentários e experiências não só com professores, mas também com outros estudantes. Sendo assim, todo o projeto representa uma resposta à necessidade de novas formas de ensino e de transmissão de conhecimento, com a emergência dos novos meios tecnológicos. Esse novo meio de ensino através de casos pressupõe que o aluno ensine a seus companheiros e que o professor mude seu cronograma tradicional, já que o estudante é o centro da atenção e deve encontrar sozinho as respostas.
A comunicação com o Brasil começou através de Eliana Herzberg, que foi à Montevidéu participar da Maestria em Psicologia. Durante sua estadia, teve notÃcias da Casoteca e combinou que, assim que possÃvel, a professora uruguaia viria à USP apresentá-la. Adriana disse que se interessa em trabalhar com equipes docentes brasileiras para orientá-las e para que possam replicar a experiência. Ela já fez isso com outra disciplina, e pensa que o método pode ser aplicado a outras.