ISSN 2359-5191

15/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 52 - Saúde - Faculdade de Medicina
Cirurgião plástico alerta para “combustão” de álcool e criança

São Paulo (AUN - USP) - Estima-se que cerca de um milhão de casos de queimaduras ocorram no Brasil todo ano. Em 50% deles, crianças são atingidas por esse trauma, principalmente por causa de acidentes com álcool. Produto de fácil acesso para elas, o álcool e a chama são importantes agentes causadores de queimaduras. “Álcool e crianças tem combustão instantânea”, disse Bernardo Nogueira Batista, cirurgião plástico da USP participante da banca que discutiu o trabalho de Priscilla Godoi de Oliveira apresentado no I Simpósio de Fisioterapia no Trauma, ocorrido recentemente.

Responsável por 40% dos acidentes que ocorrem com crianças de sete à onze anos que resultam em queimaduras, o álcool é um produto que elas tem muito contato, principalmente aquelas de baixa renda. Isso porque, nessas circunstâncias, são freqüentes os casos de crianças que cuidam de crianças, que não vão pra escola e ficam sozinhas em casa. “As classes mais baixas são mais acometidas por causa de dinheiro e educação”, revela Priscilla.

Através de um relato de caso, Priscilla analisou o tratamento de queimaduras de segundo grau profundas em casos de combustão de álcool em crianças e de que forma o atendimento melhor beneficia a recuperação do paciente. O caso de um menino de dez anos, que teve queimaduras de segundo grau na face, pescoço, tórax e mão por causa de uma explosão que ocorreu ao jogar um frasco de álcool em uma fogueira, é um exemplo de como o trabalho multidisciplinar e a intervenção imediata são importantes para o sucesso do tratamento clínico.

A abordagem do paciente foi realizada por diversas áreas, como Enfermagem, Terapia Ocupacional e Fisioterapia. Verificou-se que as seqüelas causadas pela queimadura, que diminuem a funcionalidade do paciente, foram de certa forma diminuídas pelas cirurgias realizadas, como enxerto de pele. A fisioterapia precoce impediu a progressão das complicações e melhorou a amplitude de movimento (ADM) dos locais atingidos com o acidente. “A seqüela da queimadura é muito grave. Para evitar, você precisa de várias coisas. A primeira, é um tratamento adequado”, disse Bernardo.

Ainda que uma equipe multidisciplinar e o foco na melhora da ADM sejam prioridades para o tratamento de crianças com queimaduras de segundo grau, o mais importante é investir em prevenção, tanto devido a questão social quanto econômica. “Igual a tudo em trauma, se você investir em prevenção, você evita”, explica Bernardo. A educação no país, porém, é muito precária nesse sentido e o estudo de Priscilla, relatando um caso bem sucedido de tratamento de queimaduras, é uma mostra de como o tratamento correto dessas situações ainda está longe de ser uma situação normal nos centros de saúde do país.

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