ISSN 2359-5191

19/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 54 - Educação - Instituto de Psicologia
Inclusão é vida de mão dupla entre deficiente e empresa

São Paulo (AUN - USP) - Ao cumprir a lei de cotas para deficientes, a empresa tem que lutar pela inclusão total do trabalhador. Lilian Cury, psicóloga especializada em trabalho e deficiente visual há 10 anos, diz que a aceitação das diferenças e o trabalho coletivo são fundamentais para as duas partes. “A empresa precisa procurar os melhores resultados e o deficiente também tem metas a cumprir, ele não pode estar lá só pela cota. Nós incluídos também temos que colaborar”, diz Lilian.

A empresa da psicóloga, LC PROJETOS DE TREINAMENTO atua dando palestras e consultoria para empresas que precisam lidar com as cotas. Também são realizadas sessões de acompanhamento, para ver como a relação entre o deficiente e o ambiente de trabalho está se desenvolvendo. O objetivo é ensinar a todos da empresa (as palestras vão desde a chefia até o nível mais baixo no escalão) que todos somos diferentes. “Somos super-heróis? Não somos. Somos vítimas? Não somos. Somos normais. Não somos nem melhores nem piores. Somos diferentes, mas cada ser humano é único e diferente.”

Justamente por possuir essa linha de pensamento é que Lilian não ministra palestras somente sobre deficientes. Sua empresa já existia muito antes de ela ter se tornado cega, mas o ocorrido deu para ela uma sensibilidade que a torna a pessoa certa para muitos assuntos. Em uma palestra sobre segurança no trabalho, que não tinha relação com deficiência, ela falou sobre a sua relação com a bengala. Disse que só conseguiu aceitar a bengala (depois de três anos) após perceber que ela era útil para sua vida, que era uma extensão de seu corpo. Os funcionários, assim, só iriam dar valor ao equipamento de segurança quando o vissem como uma extensão de seu corpo, como essencial para sua vida.

Exemplo da luta pelos direitos dos deficientes, Lilian foi eleita presidente voluntária e coordenadora de Relações Públicas do CADEVI (Centro de Apoio ao Deficiente Visual) na Gestão 2008/10. Tem estudado a parte da psicologia do deficiente. Diz que é uma parte fundamental no ensino nas universidades, mas que algumas ainda estão “patinando” nesse assunto. Segundo ela, o Instituto de Psicologia (IP) da USP está avançado nessa área. O ensino no IP foca justamente na inclusão do deficiente como uma pessoa qualquer, diferente como todas as outras e que deve ser vista como tal.

Lilian escreveu o capítulo sobre “Deficiência e Trabalho” no livro PSICOLOGIA DO EXCEPCIONAL, de sua irmã, a professora do IP Leila Tardivo. Também participa de algumas aulas ministradas pela irmã, pois consegue mostrar ao vivo o que os livros mostram só em teoria.

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