São Paulo (AUN - USP) - Através de um campo magnético fortíssimo, um reator Tokamak é capaz de produzir uma fissão termo nuclear nos átomos de hidrogênio de apenas um copo d'água e gerar 1000% a mais de energia do que a aplicada, que pode ser usada para produzir eletricidade. A fissão termo nuclear eleva a temperatura do hidrogênio colocando a substância no mesmo estado que o sol: o plasma. Não mais do que um estado entre o líquido e o gasoso, os plasmas ainda são objeto de estudo, mas a fissão termo nuclear já é tida como um das principais alternativas aos combustíveis fósseis.
O pesquisador Artour Elfimov, do Instituto de Física da USP, afirma que o grande desafio desse tipo de energia é a contenção. "Enquanto o confinamento do plasma não é otimizado, atualmente se aplica a mesma quantidade de energia que se ganha", afirma o pesquisador. As paredes dos reatores têm um metro de espessura e seu tempo de vida não passa de um ano, somando isso à perdas de energia por possíveis "buracos", o uso do plasma ainda não é economicamente viável.
Atualmente, Rússia, Japão, India, EUA, China e Coréia do Sul estão construindo conjuntamente um reator Tokamak gigante de 10 bilhões de euros. A USP desenvolve técnicas de controle dos combustíveis desses reatores, mas de acordo com Artour, faltam alunos nas pesquisas. Com a construção do reator na Europa, serão realizados convênios acadêmicos e assim o cientista espera que o país esteja preparado para o futuro da produção energética.