ISSN 2359-5191

21/10/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 88 - Educação - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Núcleo-Base é nova proposta para adaptar idosos à sociedade
Unidades habitacionais e serviços específicos tematizam pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo que procura integrar a terceira idade ao cotidiano

São Paulo (AUN - USP) - Uma pesquisa feita na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP sugere que sejam criadas unidades habitacionais para idosos com serviços de apoio para suas atividades cotidianas. A tese de Doutorado Vila dos Anciãos: intervenção urbana em área degradada destinada à habitação de convívio de idosos, de autoria de Camila Mie Ujikawa oferece a ideia de criar os chamados núcleos-base, que tem por objetivo principal a independência da terceira idade.

A arquiteta conta que seu interesse por trabalhar o assunto surgiu de uma viagem feita ao Japão, em que asilos – lá chamados de “lares de anciãos” – são projetados e adaptados, ao contrário do que acontece na maioria dos casos no Brasil. Retornando ao País, a pesquisadora buscou referências na cidade do Rio de Janeiro. “É a capital brasileira com maior porcentagem de idosos em sua população, que tem bairros com grande representatividade de pessoas nessa faixa etária, como Copacabana. A área da cidade que escolhi estudar [a região central] possui um grande índice de idosos morando sozinhos, por exemplo.”

Ao longo de seu trabalho, Camila percebeu que a solução que procurava para esse problema no País poderia ser mais concreta e menos onerosa, o que a levou a abandonar a ideia dos asilos e elaborar os conjuntos residenciais adaptados para a terceira idade.

Segundo a pesquisadora, o estudo se dissociou em três assuntos específicos: o aspecto social do idoso, o aspecto do lugar e a questão da realibitação urbana. Essa análise mostrou que muitos idosos moram sozinhos e que há uma concentração maior de idosos residindo no centro das grandes cidades. “Muitos se estabelecem no centro em busca de hospitais e instituições de saúde, proximidade a serviços e comércio variados e abundantes. Além disso, os custos de moradia são menores e a facilidade de transporte público e o acesso a bens culturais”. A pesquisadora explica que essa conjuntura se mostra bastante agradável aos que moram sozinhos.

Baseando-se no perfil da maioria das pessoas de terceira idade residentes no centro das grandes cidades, Camila percebeu que a pesquisa giraria em torno de um grupo de idosos predominantemente feminino e de classe média baixa, que não possui sérios problemas de saúde, que tem família próxima, mas ainda assim prefere morar só ou com um companheiro da mesma faixa etária. Assim, o foco principal do trabalho realizado pela arquiteta era fornecer para esse público uma vida confortável, mas sem extravagâncias: “Haveria auxílio para limpar a casa, cozinhar, lavar roupa, tomar remédios, bem como para atividades físicas, culturais, estudos e integração social, de acordo com a quantidade de núcleos agrupados”, explica a pesquisadora, que alega que a orientação da ONU sobre a política atual em relação aos idosos é, de fato, a de buscar a máxima preservação da autonomia, a prevenção ao aparecimento de doenças, e o fornecimento de apoio em casa de forma a reduzir gastos com internações e construção de asilos.

Camila conta que o agrupamento de vários núcleos-base levaria a um nível crescente de sociabilização do idoso, começando pela vizinhança imediata até chegar no âmbito da cidade, onde os serviços seriam, finalmente, implementados de acordo com a necessidade desses indivíduos.

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