ISSN 2359-5191

19/06/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 12 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Ciências Biomédicas
Pesquisadores estudam vírus de doenças respiratórias infantis

São Paulo (AUN - USP) - Todo inverno o governo realiza uma campanha para que as pessoas mais idosas compareçam aos postos de saúde para receber vacinas contra a gripe. Mas o que poucos sabem é que é muito difícil haver uma vacina completamente eficiente para a gripe.

Isso porque, ao contrário de muitas outras doenças que afetam os seres humanos, cujos agentes patológicos são bactérias ou fungos, a gripe é causada pelo vírus influenza. Este tipo de ser sofre freqüentes alterações genéticas, o que dificulta a produção de uma vacina que inclua todas as variantes.

Esse é um dos objetivos a serem alcançados pelos professores Charlotte Hársi e Edison Durigon, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), em suas pesquisas, que dizem respeito, respectivamente, a estudos sobre o adenovírus e o vírus respiratório sincicial humano (VCR). Sobre o primeiro, a pesquisadora obteve dados importantes em relação à entrada de uma nova e mais agressiva linhagem (7H), no Brasil. Sobre o segundo, Durigon descobriu, com interesse, uma variante já extinta em outros lugares, mas que continua circulando em São Paulo.

Tais vírus têm grande importância porque causam 70% de todas as infecções respiratórias em crianças menores de 5 anos, sendo a primeira causa de mortalidade infantil em época epidêmica (inverno). Uma vez que, em geral, a criança necessita de internação entre 14 e 21 dias e, posteriormente, pode ter mais chance de desenvolver asma, eles são significativos, inclusive, em termos de gastos com saúde, o que reafirma a importância de estudá-los.

As pesquisas procuram mapear as linhagens dos vírus presentes em São Paulo, comparando-as com a sua ocorrência mundial. O objetivo, futuramente, é fornecer dados a algum banco internacional de genomas virais, o que já existe há muito tempo para o vírus da gripe. Recentemente, por exemplo, um grande laboratório norte-americano usou as informações para inserir em sua vacina um dos tipos de vírus influenza encontrado na América do Sul. Trata-se de uma questão de mercado: ampliar o número de consumidores à medida que se amplia a eficiência. Uma rede de informações torna-se bastante importante para os vírus estudados pelos pesquisadores porque seus alvos, as crianças, raramente possuem um repertório próprio de anticorpos capazes de defendê-los.

A fim de divulgar os resultados recentes nesse campo de pesquisa, Edison Durigon, do ICB, e Eurico Arruda, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), organizaram o I Simpósio Mercosul de Vírus Respiratórios. O evento foi de grande importância, principalmente, porque reuniu pesquisadores de todos os países desse convênio, incluindo o Chile, bem como palestrantes de outros países e que possuem uma relevância mundial nesse tipo de conhecimento.

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