ISSN 2359-5191

21/12/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 124 - Saúde - Universidade de São Paulo
Bandeira Científica desbrava interior baiano

São Paulo (AUN - USP) - Neste mês, inicia-se mais uma temporada do Projeto Bandeira Científica. Desta vez, a cidade visitada é Inhambupe, na Bahia. Serão realizados desde atendimentos médicos primários até planejamento da infra-estrutura das casas e dos hospitais da cidade. Com a presença de cerca de 130 estudantes e 40 profissionais, o projeto busca garantir o desenvolvimento da qualidade de saúde das comunidades locais. Sete unidades da USP estão envolvidas no projeto: a Faculdade de Saúde Pública, a Escola Politécnica, a Faculdade de Medicina, a Faculdade de Odontologia, a Escola Superior de Agronomia, a Escola de Comunicações e Artes e o Instituto de Psicologia.“A interconexão entre as diversas áreas do conhecimento é capaz de potencializar as ações individuais de cada área”, explica um dos diretores do projeto, Flávio Takahagui.

Com uma área de 1.163,57 km ² e uma população de 36.722 habitantes, segundo o IBGE, o município tem 55-60% da sua população concentrada na zona rural da cidade. A situação da rede de esgoto é precária: 42,65% não possui instalação sanitária. Por conta disso, o grupo das Engenharias Civil e Ambiental da POLI vai elaborar projetos e estudos de concepção e relatórios técnicos na área de saneamento básico. Eles serão entregues à prefeitura do município que poderá colocar as possíveis soluções sugeridas em prática. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) cada U$ 1 investido em saneamento básico reflete numa economia de U$ 9 em outros gastos governamentais. A diarreia causa cerca de dois milhões de mortes por ano, sendo que simples cuidados de higiene, como lavar as mãos, pode reduzir em 45% sua incidência.

Em 2009, a despesa total com saúde por habitante na cidade, foi de R$ 217,08, sendo a transferência do SUS de R$121,38 por habitante. Durante os dez dias de expedição, os bandeirantes visam realizar mais de cinco mil atendimentos. Após uma triagem feita pelos estudantes de medicina, os pacientes com necessidades de atendimentos mais específicos são encaminhados para outros profissionais da saúde, como nutricionistas, odontologistas, fisioterapeutas e psicólogos. “A aproximação entre as áreas da saúde nos dá uma visão mais completa do paciente. A gente vê que o atendimento não se limita apenas na medicina”, afirma Takahaugui, estudante do 3º ano da FMUSP.

Diversos medicamentos e insumos hospitalares serão doados, não apenas aos pacientes, mas também à Secretaria Municipal de Saúde para o uso no sistema básico de saúde. Para os pacientes com problemas visuais, serão doados óculos de grau. Estratégia semelhante ocorre com a fisioterapia com o fornecimento de órteses. Além da parceria com a prefeitura de Inhambuque, a Bandeira também está em contato com duas universidades do estado: a UFBA e a UNEB. No ano passado, o Projeto foi para Ivinhema (MS); hoje, a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul organiza um projeto semelhante para garantir o acompanhamento da região.

Além do atendimento, os bandeirantes também promovem dinâmicas educacionais. “A palestra não é suficiente, porque é uma apresentação fechada. Com as dinâmicas, conseguimos adaptar orientação dos profissionais aos vários indivíduos que estão lá”, explica Takahaugui. A partir das atividades e da capacitação de profissionais, são formados multiplicadores, que darão continuidade transmitindo conhecimento para os demais cidadãos.

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