São Paulo (AUN - USP) - O Instituto de Radiologa do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) adquiriu um equipamento capaz de realizar um novo exame de diagnóstico por imagem molecular. Esse novo método permitirá a detecção de tumores com tamanho de cinco a oito milímetros.
Com isso, será possível visualisar alterações genéticas e moleculares associadas à formação e crescimento tumoral cuja identificação, até agora, só é possível por exames laboratoriais. Mesmo nos EUA, onde os estudos dessa tecnologia estão mais avançados, a aplicação do novo exame ainda está em estágio experimental. No HC, o equipamento funcionará em pesquisas com animais de laboratório, no Instituto do Câncer.
“Exames por imagem molecular representam uma nova era do diagnóstico médico, que começou com a visualização do órgão e depois das células; agora passamos à identificação por imagem das alterações moleculares no interior da célula”, diz Carlos Buchpiguel, diretor do Serviço de Medicina Nuclear e Imagem Molecular do Instituto de Radiologia do HC.
O novo exame funciona a partir da administração endovenosa de um medicamento contendo molécula de glicose (açucar) e flúor-18 (isótopo radioativo). Eles permitem a identificação do grau de metabolismo energético no interior da célula, que se apresenta muito aumentado nos tumores malignos.
“Trata-se do principal marcador utilizado na tecnologia como instrumento clínico validado pela literatura especializada”, garante Buchpiguel. O medicamento já está sendo produzido e testado no HC, por meio do Projeto Cíclotron, com investimentos de R$ 17,6 milhões.
Segundo especialistas, o novo exame ainda possibilitará uma melhor compreensão da estrutura biológica do cérebro e suas inúmeras conexões das atividades dos neurotransmissores associados a várias doenças. Com isso, seria possível fazer o diagnóstico e o prognóstico de doenças degenerativas como o Alzheimer e o Mal de Parkinson.