ISSN 2359-5191

22/12/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 125 - Saúde - Universidade de São Paulo
Alterações genéticas apontam grau de agressividade de tumores em próstata
Estudo sobre alterações genéticas em tumores ajuda a determinar prognóstico de câncer de próstata e podem evitar tratamentos desnecessários

São Paulo (AUN - USP) - Para aprimorar os métodos diagnósticos do câncer de próstata, o mais comum entre os homens, pesquisadores da USP identificaram alterações genéticas que indicam maior agressividade do tumor, com capacidade de provocar metástase e recidiva. Duas destas alterações moleculares já foram patenteadas.

Em 2012, 52 mil novos casos de câncer de próstata serão diagnosticados no Brasil, de acordo com a previsão do INCA (Instituto Nacional de Câncer). Por falta de métodos mais precisos, muitos pacientes ainda serão submetidos desnecessariamente a procedimentos diagnósticos como biópsias, ou terapêuticos, como cirurgia e radioterapia.

“Além de seqüelas importantes, como a incontinência urinária e a impotência sexual, que podem ocorrer após o tratamento cirúrgico ou radioterápico, há também os altos custos para o sistema de saúde”, comenta Kátia Leite, médica da USP que coordena estudos sobre as anormalidades genéticas relacionadas ao desenvolvimento e progressão do câncer de próstata.

Geralmente, dos pacientes submetidos à biópsia após o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) alterado, em apenas 30% o câncer é identificado. “Mesmo com a confirmação do diagnóstico de câncer, uma considerável porcentagem de homens poderia ficar apenas sob vigilância médica, sem um tratamento curativo”, alerta Kátia.

Uma das alterações identificadas pelo grupo da USP é o do perfil de expressão de micro RNA, moléculas que controlam a atividade de genes envolvidos no desenvolvimento e progressão de tumores. Em 98 pacientes submetidos à retirada total da próstata, foram identificados tumores com subexpressão dos micros RNA – 143, 145 e 146 – que controlam os genes relacionados à proliferação celular, formação de tumores, invasão e migração celular.

Outro estudo mostra que a alta atividade da enzima metaloproteinase 9 (MMP9) no câncer de próstata se relaciona com a recidiva do tumor. A substância participa de todas as etapas da formação de tumores. A descoberta foi baseada na análise genética de tecidos da próstata de 66 casos de câncer submetidos à prostatectomia radical. “Constatamos aumento da atividade deste gene em pacientes com níveis elevados de PSA”, aponta a pesquisadora Sabrina Reis, autora do estudo.

Embora os resultados das pesquisas ainda necessitem passar por novas etapas de estudos, Kátia Leite alerta que, hoje, não basta fazer o diagnóstico precoce, é preciso conhecer o perfil de agressividade do tumor.

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