São Paulo (AUN - USP) - A heterogeneidade pauta as decisões de qual a melhor escola no Chile. É a conclusão de um estudo realizado por Francisco Gallego da Pontifícia Universidade Católica do Chile (PUC-Chile) apresentado na Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade, Atuarias da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
Através da pesquisa de campo e da análise dos resultados por meio de informações estatísticas, Gallego observou que a demanda das famílias chilenas quanto a educação leva em conta os aspectos mais variados. A literatura da área costuma afirmar que a qualidade é o principal indicativo na escolha de uma escola. Perguntas diretas aos pais levam a uma outra conclusão: “primeiro pesquisa-se o preço. Dentro desse raio de opções, questiona-se a qualidade”, afirma Gallego.
A proximidade da escola do metrô é um ponto que contribui positivamente para a escolha. Além disso, a transmissão de valores religiosos ou morais específicos que atendam aos interesses da família. Em relação aos tipos de turma, observou-se que turmas mistas são mais procuradas por famílias de classe média e classe alta. Leva-se em conta até mesmo o tipo de uniforme utilizado, pois demonstra um certo status social. Assim, vê-se a forte presença de elementos culturais decisivos na escola final.
Um fato interessante está no nome da escola e como ele pode ser atrativo ou não. O estudo observou como o simples fato de a escola possuir o nome em inglês faz com que ela tenha uma demanda maior de alunos, mesmo que isso não signifique, necessariamente, o ensino de uma outra língua.
Outra variável presente é o valor do incentivo dado pelo governo. Com exceção das escolas de elite, o governo chileno disponibiliza às famílias determinados tipos de incentivo, referentes a escola de origem. A decisão dos pais leva em conta muito mais que qualidade, existe todo um contexto financeiro, social e cultural que faz com que uma escola possua mais relevância que outra.