São Paulo (AUN - USP) - O engenheiro naval Toshi Ichi Tachibana, professor da Escola Politécnica da USP, está desenvolvendo o projeto de um robô para ser usado em operações cirúrgicas comandado pela fala do médico. Será a primeira máquina desse tipo a ser construÃda com tecnologia brasileira.
A primeira fase, a construção do braço mecânico, já foi realizada, e de acordo com as pesquisas, os primeiros modelos atuarão na cirurgia de laparoscopia, Os responsáveis serão os alunos de pós-graduação de mecatrônica da Poli, e o beneficiado será o Hospital Universitário da USP (HU), que já tem uma sala reservada para os futuros ajudantes.
O docente já tem um histórico no HU. Supervisionou toda a reforma da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de pediatria do hospital, e pretende encaminhar estagiários da Poli para trabalhar na manutenção dos equipamentos. A reestruturação da UTI, que funciona há dez anos, custou R$ 1,1 milhão, entre reformas fÃsicas e aquisição de aparelhos, equipamentos de monitoração de última geração.
Tachibana julga necessário o treinamento de funcionários e estagiários da área de saúde para manusear os aparelhos. Cada monitor está acoplado a um leito, e todos em rede conectados a uma central. Informações sobre o paciente podem ser adicionadas e controladas de qualquer um dos computadores, e qualquer anomalia nos sinais vitais dispara um alarme na central. Além dos 16 leitos prontos para entrar em operação, outros quatro aguardam os últimos equipamentos.
Outro diferencial da unidade pediátrica é o fator humano. Ela dispõe de banheiros para banho e distância suficiente entre os leitos para colocação de poltronas: uma preocupação em facilitar a estada do acompanhante. A concepção do espaço já foi idealizada pensando no bem-estar dos pais dos pequenos pacientes, cuja presença, segundo o diretor da pediatria, é âfundamental na recuperação das criançasâ.
O doutor Alfredo Elias Gilio se entusiasma ao dizer que, através de conceitos como esse, o hospital segue a tendência recente de humanização da medicina, um esforço no sentido de aprimorar não só a técnica, mas principalmente a qualidade das relações humanas. Um exemplo de como esses dois fatores podem andar juntos, e com muito sucesso, é a união dos projetos ousados do professor Tachibana com a sensibilidade dos médicos do hospital. Em menos de 24 horas, as oito crianças internadas temporariamente no segundo andar já poderão atestar os benefÃcios dessa aliança.