São Paulo (AUN - USP) - O Programa de Extensão de Serviços à Comunidade (Pesc) é um projeto de extensão universitária da USP, no qual os alunos de economia, contabilidade e administração se juntam a organizações não governamentais e tentam estruturar financeiramente essas ONGs, ajudando a manutenção dos projetos desenvolvidos por essas entidades.
Para os alunos, participar do projeto seria uma maneira de tentar devolver o que recebem da sociedade por estudarem em uma universidade pública, e alguns também colocam que essa seria uma forma mais humana de ajudar a sociedade tendo como formação os cursos oferecidos pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP.
O programa funciona com vários núcleos, que procuram entidades do terceiro setor, principalmente aquelas que não têm estruturas financeiras muito bem estruturadas, e que por isso apresentam problemas em manter seus projetos e seu funcionamento. Os alunos entram em contato com uma organização, entendem como suas áreas administrativas funcionam e usam o conhecimento da Universidade para ajudá-las a se tornarem sustentáveis economicamente e poderem realizar sua proposta de trabalho da melhor maneira possível.
Segundo Karina Yoshino, uma das coordenadoras do projeto, essa é uma forma dos alunos aprenderem, enquanto ajudam outras pessoas que precisam. A missão institucional do grupo é definida como “criar oportunidades para que o aluno atue e colabore com o desenvolvimento das organizações do terceiro setor, através da troca do conhecimento adquirido na universidade com a experiência vivida na instituição”.
Nesta terça feira, o grupo organizou uma palestra sobre gestão financeira de convênios no terceiro setor, com João Paulo Lima. Os convênios são regimes de mútua cooperação, por meio de uma transferência de recursos do governo federal para estados, municípios ou instituições sem fins lucrativos, que executam programas alinhados ao programa de governo do governo federal.
Segundo João Paulo Lima, o governo federal criou o Sincov, um sistema informatizado para registro de todos os atos relativos ao processo de operação de transferência de recursos. O programa está sendo modificado nos últimos anos, “as ONGs desenham o plano de trabalho, mas não com os pagamentos propriamente ditos, esse sistema teoricamente deveria prevenir fraudes”, explica o palestrante.
O plano inicial do programa deve conter o objetivo geral, alguns objetivos específicos, metas, atividades e itens de despesa. O orçamento original do projeto deve ser apresentado nesse plano inicial, mas durante a execução do projeto, é necessário que se faça alguns remanejamentos, ou eventos de alteração.
Dentro desse processo, as entidades devem apresentar uma prestação de contas, e nesse ponto os profissionais de contabilidade, administração e economia podem ajudar muito as ONGs. Esses profissionais montam o painel de monitoramento, a fim de garantir que não se tenha muitos problemas na prestação de contas.
João Paulo Lima enfatizou a importância de que o monitoramento físico financeiro seja feito durante a execução do projeto, para facilitar a prestação de contas, e para documentar as atividades da entidade.