ISSN 2359-5191

17/10/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 99 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Palestra debate novo papel dos Brics

São Paulo (AUN - USP) - Em palestra na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, o CEO do World Trade Center New Orleans, Dominik Knoll, e o professor Simão Silber, discutiram os novos papéis dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), e mais especificamente do Brasil, na atual conjuntura do comércio mundial. Knoll defendeu que “o governo precisa dar as bases para o desenvolvimento econômico”.

O Brasil, por exemplo, conseguiu aumentar drasticamente suas reservas em moedas internacionais nos últimos anos, sendo que até então o país nunca teve reservas significativas. Essas reservas internacionais dão ao país muita força e poder na política e economia mundiais.

Dominik Knoll afirmou que os Estados Unidos e a União Européia estão com problemas econômicos, e que nesse novo cenário da economia, Brasil, China e Índia podem ser muito importantes. Para o CEO, a incerteza já é muito conhecida nos mercados, e existem muitas opiniões divergentes e muito fortes, mas são poucos os que têm soluções reais e possíveis para esses problemas.

Knoll se ateve ao Estado de Louisiana, que é um dos estados com maior exportação dos Estados Unidos, exportando principalmente produtos agrícolas e petroquímicos. O complexo portuário do estado é extremamente desenvolvido, e o estado teve um crescimento econômico muito rápido nos últimos dois ou três anos.

O Brasil é o 9º país que mais importa produtos do Estado de Louisiana, e segundo dados do World Trade Center New Orleans, o comércio com o Brasil tem crescido nos últimos anos.

O professor Simão Silber se ateve à economia brasileira após a década de 1980, quando o país começou a se abrir aos mercados mundiais. Para Silber, o crescimento das importações foi importante para o desenvolvimento econômico do Brasil, e as leis foram bastante importantes para esse processo também.

As leis que reduzem as tarifas de importação fazem com que o mercado nacional fique mais aberto para produtos de outros países, de forma que os produtos nacionais passam a ter uma concorrência maior. A média das tarifas em 1987 era de 54,9 %, comparada a 8,8%, a média em 2008. Mesmo assim, as taxas ainda são quase o dobro dos outros países.

A abertura do mercado também se dá com a entrada de capital estrangeiro em empresas brasileiras; e existe uma lei, promulgada em 1995, que assegura igual tratamento ao capital doméstico e externo.

Esses fatores fizeram com que as importações brasileiras atingissem um valor de US$181,6 bilhões. É um aumento significativo, considerando que em 1990, a soma era de apenas US$20,7 bilhões. As exportações também tiveram um enorme crescimento: US$181,6 bilhões em 2010, comparados a US$31,4 bilhões em 1990.

Além disso, o Brasil tem uma diversidade bastante significativa quanto aos países para os quais os produtos são exportados, o que é muito bom para o país, segundo Simão Silber, pois dessa forma a economia brasileira depende do mundo, e então não fica drasticamente nas mãos de um país específico.

Porém, o Brasil não diversifica tanto os produtos de exportação. As mais importantes são as commodities, e não os produtos manufaturados. O Brasil é um grande exportador mundial de produtos agrícolas e minerais, e nessa área o país vem se fortalecendo no cenário mundial.

É importante lembrar que os preços das commodities são extremamente vulneráveis a flutuações no cenário mundial.

Segundo o professor, as indústrias brasileiras de metalurgia são muito voltadas para o mercado doméstico, mas mesmo assim, o país é o segundo maior exportador de aço do mundo, atrás apenas da Austrália. Entre 2000 e 2010, o país dobrou a exportação do produto.

As exportações de soja também são muito importantes no Brasil. As exportações do produto somam aproximadamente US$11 bilhões.

World Trade Center
Existem 299 Word Trade Centers no mundo, espalhados por 83 países. O objetivo dessas instituições é aumentar o comércio entre os países e discutir os caminhos da economia mundial, como questões de segurança, os novos atores mundiais e os novos líderes que aparecem no cenário mundial.

O World Trade Center New Orleans foi formado com a missão de criar empregos e riqueza em Louisiana através do comércio internacional. Segundo Dominik Knoll, os programas são escolhidos com base nos objetivos das empresas. Além disso, tem como objetivo criar uma rede mundial entre centros comerciais.

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