São Paulo (AUN - USP) - A equipe do Laboratório de Energia Térmica, Motores, Combustíveis e Emissões do Instituto de Pesquisa Tecnológicas (LETMCE - IPT) realiza testes de emissões de poluentes em indústrias.
Recentemente, o Laboratório adquiriu um furgão para fazer trabalho de campo. O veículo possui um laboratório móvel com todos os recursos e equipamentos para medir a emissão de gases no maquinário de seus clientes. São puxados cabos para fazer a sondagem de uma amostra dos gases succionados dos fornos industriais passando continuamente pelo equipamento analisador que indicam em tempo real seus componentes, concentrações e pressão.
Desde 1970, quando foi criado o Centro no IPT focado em engenharia térmica, a linha de pesquisa focada em combustões industriais, que contém a parte de emissões de poluentes, se destacou entre as outras três frentes do ramo. Elas são combustão industrial, conservação de energia, instrumentação e ciclos de potência. Todos eles ganharam evidência e cresceram nos últimos anos, mas com destaque para a análise de poluentes proveniente da combustão em indústrias.
Para Renato Vergnhanini, pesquisador do Laboratório e responsável pelo trabalho de campo, o crescimento deve-se ao aumento na preocupação com o meio ambiente com o decorrer dos anos. A análise das substâncias resultantes da combustão ajuda na melhora do desempenho da máquina. Porém a redução de gás carbônico é diferente. “Isso implicaria na redução também da produção. O grande problema é o esforço econômico para reduzir os gases. Para mudar, primeiro é preciso conscientização. Depois, ter certeza que todas empresas também vão dar esse passo atrás de reduzir seu crescimento para ajudar o meio ambiente”, defende o pesquisador.
O trabalho do pesquisador é oferecer soluções para seus clientes de acordo com o que for analisado no trabalho de campo e a partir de problemas encontrados nos resultados ou já evidenciados pela empresa. Ele faz uma metáfora usando uma dona de casa e sua panela de pressão produzindo feijão para explicar como será a ação consequente dos três problemas mais frequentes observados.
As três questões mais frequentes são: racionamento de energia, alterações nas condições de funcionamento da máquina e qualidade do equipamento. “Pense numa dona de casa que produz todo dia um quilo de feijão na sua panela e otimizar sua produção sem alterar a medida de um quilo, pois, como na indústria, o que ela tem de matéria-prima já está dado”, explica Vergnhanini. “Ela tem um medidor para os gases que saem da queima de gás de cozinha para controlar o processo. E pode ver que se ela alterar o ar disponível, terá outro resultado. Assim, ela altera as condições de funcionamento, pois disponibiliza mais oxigênio para a queima.” Também poderia mudar o instrumento, uma panela de pressão nova teria um desempenho melhor do que uma velha, embora essa medida acarrete em um investimento por parte da empresa. A última das soluções seria mudar o gás de cozinha comum por GLP, por exemplo. “Se o seu problema é emissão de óxido de enxofre você colocar um combustível que não tem o elemento na sua constituição, resolvendo o problema.”