ISSN 2359-5191

21/09/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 87 - Saúde - Faculdade de Odontologia
Células-tronco dos dentes podem gerar outros tecidos
Pesquisas feitas em parceria com a King’s College têm tido bom desenvolvimento

São Paulo (AUN - USP) - De acordo com pesquisas da Faculdade de Odontologia da USP (FO) em parceria com a King’s College London, as células-tronco presentes nos dentes podem ser utilizadas na formação de alguns tecidos diferentes do dental, incluindo ossos e cartilagens.

Uma das pesquisadoras envolvidas no processo, Andrea Mantesso explica que as células-tronco podem ser encontradas tanto em dentes descidos, mais conhecidos como dentes de leite, quanto nos dos de adultos. A diferença está no tipo de célula que se acha em cada um. “Para entender melhor, podemos comparar as células achadas na polpa do dente descido com as que estão no cordão umbilical”, esclarece a pesquisadora. Estas células são mais imaturas e por isto tem um potencial maior de se transformar em tecido neural, por exemplo. Entretanto, tecidos de ossos e cartilagem podem ser construídos através de dentes adultos também.

Andrea diz que o material presente nos dentes permanentes, por sua vez “pode ser comparado ao localizado na medula óssea” o qual por ser mais desenvolvido tem menor possibilidade de se transformar em outros tecidos. Longe de se parecerem com as células-tronco embrionárias, que podem se transformar em qualquer outra parte do corpo humano, as dentárias têm um campo de ação mais reduzido. Ainda assim, as possibilidades que elas oferecem animam os pesquisadores.

Armazenamento correto
As partes do dente que mais interessam às pesquisas desse tipo são a polpa e o ligamento periodontal e, por isso, a parte mineralizada, constituída por coroa e raiz é por vezes doada ao Banco de Dentes da USP. Andrea fala que existe a intenção de construir um banco próprio para estas pesquisas no futuro e quanto à burocracia que isso exige ela diz: “O dente é um órgão e deve ser tratado como tal.” Esta opinião também é defendida pelo colega José Carlos Imparato, idealizador do Banco de Dentes da USP que chama a atenção para este assunto desde 2002, buscando a conscientização das pessoas em relação ao descarte desses orgãos.

Laboratório exclusivo
Juntamente com a Universidade Inglesa King’s College a USP tenta criar desde 2010 um laboratório para este tipo de estudos. A obra era prevista para o ano de 2011, mas ainda não está pronta. Com a construção retomada, Andrea diz que a expectativa é que daqui a aproximadamente três meses os estudos sobre o tema ganhem um novo lar. Apesar dos atrasos na obra, as pesquisas têm avançado. A pesquisadora vai nos próximos dias para a Inglaterra participar de reuniões sobre o andamento dos estudos que o grupo vem desenvolvendo. E quanto ao status do Brasil no panorama mundial das descobertas e experimentos com células-tronco dentais, Andrea garante que se trata de um patamar interessante e de publicações importantes.

A parceria com a King’s College mostra como uniões como esta são essenciais para o bom andamento das descobertas científicas, é o que pensa a estudiosa, que acredita que o intercâmbio de informações e estratégias é tão ou mais importante que a infraestrutura oferecida por estas instituições.

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