ISSN 2359-5191

21/09/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 87 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Física
Pesquisador do Alice apresenta o projeto para alunos da Física

São Paulo (AUN - USP) - Aconteceu no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF/USP) o colóquio The Little Bang: results and prospects of the Alice experiment at the LHC pelo professor Paolo Giubellino, da Universidade de Torino e coordenador do experimento Alice (A large Ion Collider Experiment) do LHC (Large Hadron Collider). O objetivo do colóquio foi apresentar o projeto, seus resultados e expectativas para o futuro.

O experimento Alice é um dos seis experimentos do acelerador LHC. Situado na fronteira entre França e Suíça, possui 27 quilômetros de diâmetro. Nele trabalham 1.300 cientistas de 35 países e 125 institutos. O experimento conta com participação brasileira de pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

A pesquisa desenvolvida no Alice começou em 2009. Seu objetivo é responder algumas perguntas fundamentais da física nuclear, como: o que acontece com a matéria quando esquentada a altíssimas temperaturas? Por que os prótons e nêutrons pesam 100 vezes mais do que o quarks que os constituem? Há maneiras de “libertar” os quarks de dentro dos prótons? Para responder essas perguntas o experimento tenta recriar condições similares àquelas do começo do Universo, trabalhando com colisões de íons em altas temperaturas. Recentemente o ALICE conseguiu alcançar uma temperatura 100 mil vezes maior que a do centro do Sol.

O pesquisador Paolo Giubellino comentou as principais dificuldades encontradas no desenvolvimento do projeto. Primeiro, foi necessário desenvolver toda a tecnologia que permitisse a realização das experiências. Além disso, as condições inicias para a realização da experiência não eram muito claras. “Não podemos observar os experimentos que realizamos no tempo e no espaço. É como olhar para um céu estrelado. Vemos a luz que emitem as estrelas, mas seus corpos estão a anos-luz de distância de nós. Somente estudando detalhadamente os resultados finais é que se infere as condições do inicio do evento”, disse o italiano.

Giubellino explicou que o experimento tem um cronograma traçado até 2021. O objetivo é aprimorar os detectores do projeto, facilitando a identificação das partículas e aprimorando os resultados já obtidos de pesquisas já realizadas. De acordo com o cientista, existem uma série de suposições e resultados que poderiam ser consolidados, com o aprimoramento dos detectores, além de abrir novas opções de pequisa.

O físico acredita que parte dos bons resultados do experimento vem da grande variedade de cientistas que trabalham no projeto. De acordo com Giubellino, as diferenças nacionais são esquecidas quando o grande objetivo é a ciência. “Temos até um israelense que trabalha lado a lado com um iraniano”, brincou.

Perguntado sobre a verba do projeto, o pesquisador explicou que o dinheiro vem majoritariamente dos governos, já que a iniciativa privada prefere investir em pesquisas aplicadas. “É muito importante o apoio da sociedade, representada pelo governo, a esse tipo de pesquisa. Pense nas navegações. Os governos bancaram, os navios partiram. Muitos não acharam nada, muitos afundaram no meio do caminho, mas alguns descobriram a América”, resumiu o palestrante.

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