ISSN 2359-5191

02/10/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 92 - Educação - Museu de Arte Contemporânea
Instabilidade e docência em artes são tema de palestra no MAC
Geórgia Kyriakakis falou sobre “impermanência” em suas obras e disse carregar responsabilidade cultural como professora

São Paulo (AUN - USP) - O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) recebeu na última terça-feira (25), pela série de palestras O MAC encontra os artistas, a professora e artista plástica Geórgia Kyriakakis. Formada em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado/FAAP, com mestrado e doutorado pela Escola de Comunicações e Artes da USP, Geórgia mostrou um pouco de sua produção como artista plástica e falou sobre seu trabalho de professora, que segundo ela, carrega “responsabilidade cultural”. Dando início à palestra, a artista fez questão de ressaltar que não apresentaria sua produção de maneira linear, como é o usual. “Quando a gente apresenta a nossa produção linear, ela dá a idéia de que a produção artística é linear, mas ela não é assim. Ela é orgânica, cíclica e muitas vezes retoma algo de tempos passados”, afirmou. Geórgia optou também por não expor nomes e datas de obras na tela, citando os dados apenas em sua fala, o que considerou um “risco” para sua compreensão. “Qualquer atividade que faço relacionada ao meu trabalho deve ser sempre uma experiência para quem vê e para mim também e, é claro, que toda experiência é um risco”, disse. A obra de Geórgia não é somente o desenho preciso do que vemos, mas uma certa iminência do que pode vir a ser. A artista gosta de trabalhar com ideias de fragilidade e instabilidade, utilizando recursos como peso, desnivelamento e o próprio tempo, que pode transformar e até mesmo destruir suas obras. “Gosto muito da ideia de impermanência e de que as coisas podem até desaparecer”, afirmou. Em seu trabalho Coordenadas, exibido na palestra, ela trabalha o acontecimento e transições problemáticas por meio de mesas que realizam uma performance de paisagem instável. Suspensas por eixos localizados fora de seus centros de gravidade, as mesas, que inicialmente se encontram tortas e girando, parecem andar e flutuar pelo espaço até que a artista adicione pó de ferro em suas extremidades – em clara referência a mapas topográficos – e deixe-as equilibradas e aparentemente estáveis. As mesas, porém, permanecem em estado de iminência de movimento, caracterizando um “acontecimento escultórico”. A inspiração, conta a artista, veio de mesas vistas em nosso cotidiano. “Tem coisa que incomoda mais do que mesa com desnível?”, brincou. Outro tema abordado foi seu trabalho como professora. Geórgia leciona no Centro Universitário Belas Artes e na Fundação Armando Álvares Penteado e, segundo ela, ser professora é um trabalho que vai além do dinheiro que paga as contas. “Comecei [o trabalho] até para poder sustentar minha atividade como artista, mas depois de alguns meses percebi que não era nada disso, era muito mais. Claro que continua a pagar minhas contas, mas também tem a ver com algo muito maior, uma espécie de responsabilidade cultural”. As palestras seguem até o final de novembro, sempre às terças-feiras, e o convidado do dia 2 de outubro é Yiftah Pelled, artista plástico israelense radicado no Brasil desde 1991. O evento tem início às 18 horas e a entrada é franca.

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