ISSN 2359-5191

08/11/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 106 - Arte e Cultura - Cinusp Paulo Emílio
Projeto mostra a visão do corpo no cinema
Parceria entre o Centro de Estudos Socioculturais e Departamento de Pedagogia do Movimento Humano da EEFE traz filmes e debates ao Cinusp

São Paulo (AUN - USP) - O projeto Cinema e Corpo, realizado pelo Centro de Estudos Socioculturais e Departamento de Pedagogia do Movimento Humano da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) apresenta filmes que fazem o elo entre o cinema e o corpo humano. A parceria, que contou com o auxílio da EEFE, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP e do Cinusp Paulo Emílio, visa à apresentação das reflexões da educação física e outros conhecimentos, como a psicologia para o cinema, por meio de apresentações seguidas de debates.

Doze filmes foram exibidos desde 2011. Películas nacionais e estrangeiras pautaram as discussões, como a primeira, sobreCorporeidade, com o Fale com Ela, do espanhol Pedro Almodóvar.Clube da Luta, de David Fincher, O Pecado Mora ao Lado, de Billy Wilder, Garrincha, a alegria do povo, de Joaquim Pedro de Andrade foram outras amostras que permitiram a relação e debate sobre o corpo.

O último tema foi O Corpo e a Loucura, com o longa O homem que não dormia, do brasileiro Edgar Navarro, no último dia 24. A palestrante foi a especialista Maria Noemi de Araújo, que falou principalmente da relação do filme com a psicanálise, usando de autores como Freud, Lacan e Jung. Uma de suas primeiras afirmações foi de que o filme, diferentemente como diz o diretor e roteirista, tem um aspecto muito mais próximo à visão jungiana do que freudiana.

Maria Noemi começou a palestra relatando uma fala de Navarro no dia em que O homem que não dormia fora exibido pela primeira vez em um festival, que o filme havia chegado para incomodar. Em uma cidade do interior, pessoas têm pesadelos e presságios com um mesmo homem, o que muda toda a rotina do vilarejo. Em uma história comparável a um labirinto, pessoas com problemas mentais conduzem a trama, em um jogo entre o inconsciente e as lembranças do cineasta, e também em uma discussão sobre a mente e o corpo.

A especialista convidada retratou a relação do corpo na obra de Edgar Navarro, e de como ele usa seu próprio corpo nas filmagens, e o compara ao trabalho de Frida Kahlo. A sexualidade e a loucura são relacionadas em uma troca de símbolos e mistura de crenças e religiosidade. Um exemplo é o padre que se consulta nos búzios, e que no fim se despe e apresenta suas fraquezas, como o desejo pela mulher mais cobiçada da cidade.

Um dos pontos finais de sua fala estabeleceu a relação entre o corpo e as relações sociais. Os mendigos e os loucos, por exemplo, que são excluídos do convívio social, na trama tem um papel totalmente diferente, pois são eles que dizem a verdade, o que não pode ser dito, mostrando o inconsciente do outro. Nisso ele inverte diversos conceitos, como liberdade, repressão, loucura e preconceito, em uma história de alta complexidade, e que pode estabelecer diversas discussões em torno do corpo e da mente.

Este ano não haverá mais exibição de filmes. Porém, há no site do Cinusp e da iniciativa complementos sobre os temas e as sinopses dos longas-metragens. Para conhecer mais sobre o projeto e os filmes exibidos visite o site do Cinusp (http://www.usp.br/cinusp/) e do projeto, http://cinemacorpo.blogspot.com.br/.

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