ISSN 2359-5191

16/11/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 112 - Arte e Cultura - Escola de Educação Física e Esporte
Palestra na EEFE trata de gestão inovadora no futebol

São Paulo (AUN - USP) - O Grupo de Estudos e Pesquisa em Gestão do Esporte (Gepae) com apoio da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP) e da Associação Brasileira de Gestão do Esporte (Abragesp) promoveu, no dia 5 de novembro, o terceiro workshop de gestão esportiva 2012. O objetivo desses encontros se concentra na discussão da atual situação da área e das perspectivas da gestão do esporte no Brasil.

Ao reunir estudantes e profissionais interessados na área, o terceiro workshop contou com a palestra inicial de Marcelo Moreira Passos, atual presidente da AFA (Associação Futebol Arte). O palestrante, formado em Educação Física, especializado em futebol e membro do Gepae, falou sobre o nascimento e o desenvolvimento do projeto, fundado em 2003, por profissionais de Educação Física que pretendiam modificar o sistema de formação de atletas de futebol no Brasil.

Passos revela o questionamento que norteou a criação da AFA: “Questionávamos as coisas que aconteciam nos grandes clubes como as peneiras, políticas conservadoras e as dificuldades em se formar um atleta”. Segundo o palestrante, a dificuldade de entrar em um meio tão fechado e tradicional motivou os fundadores do projeto. “Éramos todos profissionais de educação física e, em 2003, fundamos a AFA em Campinas”. A escolha da cidade se deu com a ajuda de um professor que já trabalhava em projetos semelhantes e residia na cidade do interior paulista.

Segundo Passos, as idéias pretendiam estabelecer uma nova visão: “Queríamos criar uma instituição que pudesse representar uma renovação e novas abordagens para o processo de desenvolvimento da formação esportiva”. Além disso, o projeto tinha objetivos voltados para a população: “Auxiliar a inclusão social com atividades saudáveis e educacionais somadas aos valores do esporte”, completa. Passos acredita que um projeto como a AFA era necessário já que os grandes clubes rejeitavam novas idéias, principalmente as vindas da academia.

O palestrante abordou as dificuldades iniciais de se construir um projeto como esse, levando em conta a necessidade de estrutura e de recursos humanos. “Primeiramente fizemos um diagnóstico dos clubes de Campinas e percebemos como eles dispensavam jovens facilmente.” Então, em parceria com uma escola da cidade, escolheram 60 meninos que tinham 10 ou 11 anos para iniciar o projeto.

Em 2005, pela proximidade com a cidade, um jovem clube da cidade de Paulínia convidou o projeto para administrar o departamento de futebol do clube. “Ficamos de 2005 até 2010 responsáveis pelo desenvolvimento técnico das equipes, formação e contratação de pessoal, entre outras atividades.” Segundo Passos, devido a pouca idade do clube, a instituição não se apegava a vícios antigos e ultrapassados do futebol, o que ajudou o trabalho da AFA. “Primeira coisa que fizemos foi um planejamento estratégico. Em cinco anos queríamos ser referência na região e conseguimos”, afirmou.

Sobre a mentalidade da AFA, Passos afirma categoricamente: “A ruptura paradigmática exige que não se tenha medo de ser diferente”. O presidente expôs a missão, os valores e os objetivos do projeto. Quanto à metodologia do projeto, foram estudados pelos membros conceitos diferentes dos usuais: “Abominamos o tecnicismo. Resgatar a espontaneidade era um dos objetivos. Estudamos teoria dos jogos, pedagogia do esporte, teoria da complexidade. Tudo isso para formar jogadores autônomos”.

Ao fim da palestra, Passos mostrou alguns resultados positivos da AFA como jogadores formados pelo projeto e contratados por clubes como Real Madrid (Espanha), Nacional da Madeira (Portugal), Cruzeiro, entre outros. Porém, o presidente ressaltou: “Se de 6 a 14 anos, o jovem não for atleta, ele sairá do projeto mais bem preparado para a vida”. O presidente falou ainda sobre as perspectivas de crescimento da AFA e de sua vontade de trazer o projeto para São Paulo.

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