ISSN 2359-5191

22/11/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 114 - Saúde - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Suplemento de luz na criação de bezerros os faz ingerir mais alimentos

São Paulo (AUN - USP) - Bezerros que receberam mais horas de iluminação mostraram comportamento diferente de outros animais que foram expostos a apenas 12 horas de luz. Em uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, a zootecnista e professora Priscilla Ayleen Bustos Mac-Lean concluiu que sob exposição de 18 horas de luz, os filhotes bovinos mudam o comportamento de ingestão de alimento, ingerindo maiores quantidades nos horários mais frescos do dia.

O objetivo do doutorado Programa de suplementação de luz e relações entre variáveis fisiológicas e termográficas de bezerros em aleitamento em clima quente foi verificar se a luz influencia o comportamento de bovinos em relação à alimentação. O programa de suplementação luminoso pode ser utilizado para estimular o gado a comer mais e, consequentemente, aumentar características como massa corpórea e desenvolver-se mais rápido.

Segundo Prisicilla, sob estresse calórico, os animais deixam de se alimentar, pois a digestão é um processo que produz calor. Por isso, os animais tendem a alimentar-se em horas mais frescas, porém, no período noturno, no qual a temperatura é mais baixa, os bezerros estão em estado de dormência. Assim, mantê-los iluminados em horários nos quais, geralmente, não comem, faz o gado ganhar peso.

O experimento foi feito com 20 bezerros Jersey ou mestiços da raça. Os primeiros dez bezerros ficaram expostos a 12 horas de luz solar por dia, que consiste no tempo de exposição natural à luz, quando criados ao ar livre. Os outros dez bezerros receberam, além das 12 horas normais de sol, uma exposição de mais seis horas sob iluminação artificial. Foram utilizadas lâmpadas fluorescentes de 25 W protegidas por um holofote, para que os animais não encostassem nelas. Lâmpadas incandescentes não foram adotadas para que o ambiente não ficasse aquecido com a iluminação.

As lâmpadas foram mantidas próximas aos comedouros das cabines individuais dos animais. Cada animal foi exposto por 75 dias, e realizou-se exames de acompanhamento de peso e outras características, pelo menos no início e no final do estudo. Priscilla disse que um mínimo de seis horas de escuro por dia foi respeitado para que os bezerros produzissem hormônio do crescimento normalmente e não tivessem seus ciclos de vida prejudicados.

Apesar da suplementação de luz, Priscilla alegou que os animais que ficaram 18 horas sob iluminação não engordaram em relação aos animais que ficaram 12 horas. A pesquisadora diz que variáveis como o calor levaram os bezerros a apresentarem diarréias e atrapalharam as comparações elucidativas. Além disso, observou-se que tanto em períodos quentes e chuvosos como em períodos frios os animais tem seu desempenho prejudicado pelo extremo de variações climáticas.

No entanto, foi perceptível que os bezerros que foram por mais tempo iluminados consumiram mais ração. Priscilla diz que essa constatação pode levar a outros estudos que, se controladas as variáveis que induzem o gado perder peso, como doenças ou estresse, farão os animais engordarem mais em um menor espaço de tempo, resultando em maior ganho para os produtores.

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