São Paulo (AUN - USP) - A Faculdade de Odontologia (FO) realiza, no próximo dia 29, um curso sobre regulamentação para transporte de material biológico por via aérea. O tema que a princípio parece não provocar muito interesse teve as 40 vagas rapidamente preenchidas e já inicia uma lista de espera. A procura por um assunto como esse é um diagnóstico importante para a Universidade.

A professora Alyne Simões Gonçalves, do Departamento de Biomateriais e Biologia Oral, se deparou com a dúvida de como enviar para o Japão, algumas amostras biológicas de um projeto que Cintia Yuki Fukuoka, sua aluna de doutorado, tem desenvolvido em parceria com uma universidade japonesa, através do Prof. Abiko Yoshimitsu, vice-presidente da International Association for Dental Research. Ao procurar quem soubesse informar os procedimentos a serem tomados, Alyne percebeu que não havia pessoas preparadas para este tipo de situação entre seus contatos, além de notar que este é um tema gerador de dúvidas, tanto para o país de origem, quanto para o de destino. Depois de tentar matricular a estudante em um curso relacionado ao tema, a professora percebeu que seria mais fácil e produtivo organizar um curso na própria unidade. Para isso ela contou com o apoio da Comissão de Pesquisa e do diretor da FO.

Alyne comenta que no momento da Universidade, em que muito se fala na internacionalização da USP, fatos inusitados como este acabam acontecendo. Há cursos em que o material de pesquisa não ocupa muito espaço, nem pode ser quebrado ou modificado pelo caminho, por condições climáticas ou pelo armazenamento e manuseio indevidos durante o vôo, no entanto, quando se trata de materiais biológicos, tudo fica mais complexo. Há dúvidas quanto ao envio pelo correio, por via aérea, o transporte na bagagem ou em compartimentos específicos da aeronave, a documentação exigida no país de origem e de destino e em relação aos cuidados e armazenamento das amostras.

A professora conta que tem certo receio em enviar este tipo de material: “E se de repente as amostras são descartadas na alfândega do país de destino por falta de documentação?”. Esses questionamentos parecem não se restringir ao caso da professora. Devido à procura, o curso foi restringido a docentes, alunos de iniciação científica, pós-graduação e funcionários da FOUSP. Como a procura foi grande, será analisada a necessidade de oferecer outra edição do curso.