ISSN 2359-5191

23/10/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 22 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Uso de ultra-som em pré-natais de cadelas permite prever dia do parto

São Paulo (AUN - USP) - Método de análise de imagens de ultra-som em cadelas prenhes da raça Boxer permite prever o dia mais provável para o nascimento dos filhotes, além de fornecer dados detalhados sobre o desenvolvimento do feto. O estudo, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, faz parte da dissertação Estimativa do dia do parto em cadelas da raça Boxer por meio de mensurações ultra-sonográficas no concepto, da médica veterinária Adriana Helena de Almeida.

“A gestação é um evento que implica em grandes modificações no sistema reprodutor feminino, alem do surgimento de estruturas ali antes inexistentes, por isso é importante intensificar o acompanhamento da gestação, para monitorar o desenvolvimento embrionário e fetal, assim como se faz em humanos há muitos anos”, diz a autora da dissertação de mestrado, defendida em 27 de setembro. Ela elencou uma série de medidas que podem ser feitas no feto utilizando o aparelho de ultra-som, com o objetivo de datar a gestação da raça Boxer.

“O exame de ultra-som pré-natal permite verificar a viabilidade fetal e estimar a idade gestacional levando em conta o surgimento e maturação dos órgãos e estruturas embrionárias e fetais”, explica Adriana. Ao contrário dos humanos, os cães não têm um padrão universal de desenvolvimento do feto. A veterinária acredita que os resultados de seu estudo possam ser aplicáveis em cães de raças de tipo constuticional semelhantes ao Boxer, mas isso ainda precisa ser testado

Segundo Adriana, a pesquisa também contribui para a caracterização da gestação por meio de ultra-som em cadelas da referida raça. Outros estudos precisam ser realizados para que se verifique a hipótese de um método comum para datar gestações caninas, independentemente de raça.

As medidas de ultra-som que se revelaram mais significativas foram o diâmetro biparietal da cabeça – uma medida de têmpora a têmpora –; o diâmetro do corpo, na altura do fígado e estômago; e a espessura da placenta, medida não utilizada em estudos anteriores para datar gestações. Todos os dados cresciam conforme avançava a gestação da cadela Boxer, o que permitiu traçar a relação entre o número de dias faltantes para o parto e os estágios de desenvolvimento – formação e tamanho dos órgãos.

Adriana acompanhou dez cadelas, entre abril de 2001 e janeiro de 2002. Realizou nelas um total de 130 exames: de duas a três vezes por semana em cada cadela. Fez uma série de medidas, das quais elegeu aquelas mais significativas para medir o crescimento do feto. A escolha utilizou critérios de análise estatística. Assim, descobriu-se, por exemplo, que a medição do osso do fêmur, tão importante no acompanhamento fetal humano, foi insignificante para a pesquisa, pela heterogeneidade de resultados apresentados.

Economicamente, a nova metodologia ajuda em muito os criadores de Boxer, que poderão detectar com antecedência problemas gestacionais sem perder ninhadas e fazer um pré-natal com mais “elementos”. Segundo a veterinária, “O custo do aparelho ainda é alto, mas o exame vale a pena”.

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