ISSN 2359-5191

23/10/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 22 - Saúde - Hospital Universitário
Semana Mundial de Amamentação mobiliza Senac e HU

São Paulo (AUN - USP) - O Senac distribuirá no dia 6 de novembro para representantes de grupos sociais, cartilhas sobre a importância da amamentação. No dia seguinte, o Hospital Universitário da USP (HU) sediará palestra sobre a imunologia do leite materno. Essas são apenas algumas das iniciativas para comemorar a XI Semana mundial da Amamentação.

De 4 a 10 de novembro, é convencionada internacionalmente a semana para incentivo ao aleitamento materno, destinada à conscientização de pais e órgãos públicos a respeito da importância da amamentação. O ato não só é fundamental à saúde da criança, como previne a mãe de câncer de mama e de ovário.O leite materno é o único alimento de que a criança precisa do nascimento aos seis meses de idade, a partir daí, é recomendável que se amamente pelo tempo que for possível, com a introdução de complementos alimentares. Ele evita desnutrição, previne doenças em recém-nascidos, como diarréias e alergias, e a longo prazo evita que a criança desenvolva obesidade e diabetes.

Apesar de todos os benefícios, uma pesquisa de 1999 do Ministério da Saúde constatou que as mulheres brasileiras alimentam seus filhos exclusivamente com leite do peito, em média, por apenas 30 dias. Falta de informação, carência econômica e hábitos culturais são alguns dos motivos elencados pela pediatra do HU para justificar os baixos índices. Os menores períodos de aleitamento encontram-se entre as mulheres mais pobres, que geralmente têm seus direitos constitucionais desrespeitados, e são obrigadas a voltar ao trabalho mais cedo para não perderem o emprego. De acordo com a lei, a mulher deve usufruir 120 dias de repouso após o parto, e tem direito a dois períodos de licença diários de no máximo uma hora por um ano para amamentar. Na prática, as mães de classe baixa desconhecem ou não reivindicam esses direitos e acabam deixando de amamentar.

Outra ameaça à amamentação é a indústria alimentícia, que por muito tempo veiculou publicidade de produtos que se identificavam como substitutos do leite materno. Comerciais com bebês saudáveis e bonitos supostamente alimentados com produtos artificiais induziram as mães a amamentar por menos tempo, o que levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária a baixar, em agosto desse ano, uma resolução limitando a propaganda de alimentos e complementos alimentares para lactantes. Imagens de bebês em embalagens e anúncios foram proibidas e tornou-se obrigatória a divulgação de frases do Ministério da Saúde sobre a importância da amamentação.

Trocar o leite materno por algum outro alimento deve ser a última alternativa. Para mães que possuem quantidade insuficiente de leite, o melhor remédio é amamentar, pois a sucção estimula a produção de leite. Já em caso de doenças infecciosas ou bebês prematuros e desnutridos, pode-se recorrer aos bancos de leite, reservas de leite materno mantidas pelos hospitais. Assim como os bancos de sangue, essas reservas são escassas e precisam ser repostas periodicamente, por isso é necessário que mulheres em fase de amamentação façam doações.

A sociedade desempenha papel importante na luta pela saúde infantil, desenvolvendo iniciativas próprias de conscientização da população. Seguindo essa concepção, o Senac distribuirá gratuitamente cartilhas sobre amamentação para associações de moradores, hospitais e qualquer organismo interessado em divulgar a campanha. O HU oferecerá às 12 h do dia 7 de novembro uma palestra para estudantes e profissionais do hospital sobre o poder imunológico do leite materno.

As inscrições no Senac podem ser feitas pelo telefone 6647-5151, e dúvidas sobre amamentação e doações ao banco de leite põem ser retiradas pelo número 3039-9210, no HU.

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