Buscando incentivar a presença feminina no curso de Ciência da Computação e no mercado de trabalho, Camila Achutti, estudante do Instituto de Matemática e Estatística está promovendo uma edição brasileira do Technovation Challenge. Esse evento consiste em um desafio de criação de aplicativos para smartphones por grupos de meninas do ensino médio. O grupo ganhador recebe recursos para realmente trabalhar no projeto e transformá-lo em produto.
As meninas inscritas estudam sozinhas, ou com a ajuda de um professor da escola delas em um currículo online de doze semanas e precisam criar um aplicativo que resolva um problema que elas enxergam na sociedade. Para isso, é utilizado o software livre AppInventor do MIT, que é voltado para fins educacionais. O projeto é avaliado e os melhores vão para a próxima etapa onde elas vão apresentar o projeto em um evento nacional que ocorrerá em São Paulo e os três primeiros lugares são premiados.
Próximo ano será a primeira vez em que o programa será realizado no Brasil. O grupo ganhador terá as despesas de viagem pagas para que possam participar da final mundial do desafio. Ano passado, um grupo brasileiro participou da edição internacional do projeto e ficou em terceiro lugar, com o Solidárie, um aplicativo que tenta aproximar pessoas que precisam de alguma ajuda com quem pode e quer ajudar (http://www.solidarias.com.br/)
A ideia é não apenas incentivar a inclusão feminina no meio, mas também desmistificar profissão. “O fato de ser um trabalho feito em grupos de cinco meninas também mostra que a computação não é um trabalho solitário como as pessoas imaginam”, explica Camila. “É uma área muito humana que exige muita relação pessoal, no envolvimento com clientes, com os outros profissionais. Não é um trabalho de digitação apenas.”
Durante o processo, uma mulher voluntária que está envolvida na computação fica responsável por ser mentora do grupo de projeto. Segundo Camila, isso mostra para as participantes um modelo bem sucedido de mulher na área da computação que as meninas provavelmente não têm próximo delas. Para a captação das participantes, as pessoas envolvidas na ONG vão até as escolas mostrar o projeto, como funciona o programa e incentivar que elas formem grupos e mandem ideias.
O IME tem tido um grande papel no desenvolvimento do programa tanto com apoio financeiro quanto de infra-estrutura, cedendo espaço de laboratórios por exemplo. Isso é de grande ajuda até na captação de alunas em escolas públicas, que é de interesse da ONG mas por enquanto não tem sido possível.
A próxima edição do programa começa em fevereiro do ano que vem e a inscrição pode ser feita através do link: https://docs.google.com