ISSN 2359-5191

22/04/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 4 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Banco do futuro estará diretamente ligado à internet
Pesquisa realizada na FEA mostra que internacionalização e uso de recursos online são tendências
Internet Banking vai dominar as operações bancárias no futuro

O banco brasileiro do futuro realizará transações financeiras pela internet dos aparelhos móveis, irá monitorar as ações dos clientes de forma a analisar seu comportamento, contará com menos funcionários e promoverá uma maior educação financeira. Esse panorama foi traçado em recente pesquisa realizada por Afonso Carneiro Lima na Faculdade de Economia e Administração (FEA).

A tese se apoiou em cinco aspectos base, entre eles o questionamento de qual o papel dos bancos no futuro e como o serviço pode ser melhorado. Estabelecidos esses pontos, a pesquisa foi realizada a partir de entrevistas e análises com especialistas do setor bancário.

Uma das conclusões obtidas na pesquisa foi quanto à internacionalização. Os bancos brasileiros irão realizar maiores movimentos migratórios de suas marcas para países estrangeiros. Segundo Lima, estes serviços não se configuram como modelos totalmente globais, pois é praticamente impossível entender e se adaptar totalmente às peculiaridades de outros países, principalmente em razão do alto custo dessas operações: “Os bancos brasileiros estão migrando para a América Latina e para alguns países africanos basicamente pelas semelhanças culturais entre si, o menor custo das operações e as vantagens macroeconômicas.”

A internacionalização dos bancos brasileiros pode trazer benefícios econômicos para o Brasil. Dependendo da regulação em vigência, podem disponibilizar maiores recursos para empréstimos à pessoas físicas e jurídicas no País. Parte desses recursos poderá ser destinada para investimentos na prestação de serviços.

 

 


A era das transações online

Seguindo as tendências de adaptação dos serviços aos recursos online, o banco do futuro realizará grande parte de suas transações exclusivamente por meio de plataformas na internet. O uso do Mobile Banking (aplicativos de celulares capazes de efetuarem operações bancárias) já é uma realidade e se tornará cada vez mais frequente. “O dinheiro físico tende a acabar, assim como os cartões. O celular é mais seguro e ágil”, afirma Lima.

Essa consequente migração para o online levará a uma revolução na forma de os bancos se organizarem. Hoje, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o setor absorve cerca de 435 mil funcionários. Esse número tenderá a cair em face da menor necessidade de mão de obra gerada pelos aplicativos de celular. Além do menor número de funcionários, as transações perderão o foco para o aconselhamento e educação financeira, que serão prioridades para os bancos.

 

 


Um dos perigos desse fenômeno é a hibridização entre bancos e outros recursos da internet, como as redes sociais. Num futuro próximo, em caso de uma regulação bancária falha, ninguém conseguirá impedir sites de empresas não financeiras, como grandes lojas de departamento, de oferecerem empréstimos para seus clientes. Os poderosos algoritimos de cruzamento de dados ajudarão esses sites a entender a mentalidade do cliente, prevendo escolhas e facilitando o concedimento de empréstimos à juros mais baratos e sugestão de operações bancárias. Essa concorrência poderá acirrar excessivamente a a disputa no setor, causando problemas para os bancos: “Esse acontecimento pode ser positivo ou negativo. Tudo dependerá da regulação bancária e se ela não vai permitir uma competição desigual”.

 

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br