ISSN 2359-5191

04/08/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 40 - Educação - Faculdade de Medicina
Massagem e contação de histórias funcionam como aliadas para ensino infantil
Prática traz mudanças de comportamento e melhora no desempenho escolar das crianças

Ao pensar na necessidade de mudar a maneira de ensinar e na ideia de que as escolas deixem um pouco de lado o modelo que se limite a carteira e a sala de aula, Lia Lopes Gonçalves realizou um estudo que buscasse despertar o ensino para a realização uma série de atividades, como massagem, contação de histórias, música, dança, teatro, artes marciais, que podem ser inseridas como formas didática, visando um ensino que considere os comportamentos e o grau de satisfação das crianças como indicativos de aprendizagem.

Em busca de observar qual seria a influência da massagem no comportamento das crianças em ambiente escolar, Lia e as professoras da escola onde a pesquisa foi realizada, associaram à prática de massagem com contação de histórias infantis. Realizaram um estudo piloto, classificando as salas de aula que participariam da pesquisa em três categorias: classe massagem e classe história, com as respectivas atividades ocorrendo três vezes por semana durante dez minutos, e classe controle, que não participou de nenhuma intervenção.

Em um primeiro mês foi feita a coleta a respeito das informação sobre o comportamento e desempenho acadêmico das crianças das três classes. Após isso, foram dois meses de intervenções com massagem e contação de histórias para as duas classes selecionadas e, então, feita uma nova coleta de dados durante o segundo mês de intervenção. Lia conta que, para avaliar o comportamento social, as professoras foram orientadas a registrar em diário e quantificar numericamente por dia, a ocorrência de agressões verbais, discussões, queixas dos pais e ações de ajuda e carinho entre as crianças.

As próprias professoras das classes foram treinadas para realizar e ensinar a aplicação da massagem, além de ter sido estipulada uma padronização acerca da contação de histórias infantis. A professora responsável pela realização de massagens, treinou as crianças para realizarem massagem clássica, praticavam “sentadas uma de frente para outra, por sobre a camiseta, na região dos ombros, braços, mãos e couro cabeludo, em quatro aulas de uma hora, que aconteceram na mesma semana”, conta Lia. A prática de massagem aconteceu antes do intervalo do recreio, por dez minutos, três vezes na semana, durante dois meses.

Já no que concernia à sala responsável pela contação de histórias infantis, foi se incentivado que as crianças escolhessem dois dentre cinco livros oferecidos pela professora. A leitura era realizada antes do intervalo do recreio, da mesma forma que feito com as massagens. Após as intervenções, foi realizada uma entrevista com as professoras e com os alunos baseada em um questionário pré-estabelecido.

Em seguida, Lia pode determinar que houve mudanças de comportamento dos alunos que participaram das atividades propostas, além da melhora no desempenho escolar. Posteriormente a realização das práticas, as crianças obtiveram melhora em todas as categorias de comportamento analisadas, assim como na nota média. Lia ressalta outro indicativo importante: “Foi pedido pelas crianças o ensino de outras formas de massagem, em partes do corpo que não foram massageadas nas aulas, como os pés, e também a continuidade das duas atividades estudadas: massagem e contação de história”.

Ao confrontar os dados obtidos das duas classes, massagem e contação de história, com alunos de sala controle, que não participaram de nenhum tipo de intervenção no sentido de regular o comportamento social, Lia pode perceber que essas atividades devem ser inseridas como recursos de ensino, no sentido de adequar comportamentos agressivos utilizando atividades pensadas essencialmente nas crianças e em suas individualidades.

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