ISSN 2359-5191

10/09/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 56 - Meio Ambiente - Instituto de Biociências
Uso de sensoriamento remoto em florestas pode ser a chave para preservação ambiental do futuro
Tecnologia aplicada aos estudos ecológicos pode favorecer rendimento de futuras análises

O mapeamento da estrutura florestal em escala de paisagem nos permite avaliar como as florestas respondem aos impactos da ação humana e a mudanças nas condições ambientais. Interessado em aprimorar seus conhecimentos sobre a utilização do sensoriamento remoto para o reconhecimento do terreno em áreas declivosas da Mata Atlântica, o pesquisador Jomar Barbosa tomou essa área como tema de seu doutorado pelo Instituto de Biociências da USP. Em sua tese, Jomar expõe as vantagens do sensoriamento remoto e do uso de imagens de satélite para o mapeamento e os métodos a serem obedecidos para que a eficiência destes máxima.

A pesquisa teve como objetivo a elaboração de modelos de estimativa de biomassa (quantidade total de matéria viva existente em um ecossistema) acima do solo e fechamento de dossel (estrato superior das florestas, que costuma abranger os galhos e folhagens das árvores). Para isso, foram utilizadas imagens de satélite, em diferentes estágios de sucessão da Mata Atlântica em regiões de grande complexidade topográfica, como desnivelamentos recorrentes no solo, ocorrência de morros e “barrancos”, dentre outros. “Nos dias de hoje, essas estimativas já são realizadas por meio do sensoriamento remoto, mas a margem de erro é muito grande em virtude desses desnivelamentos no solo”, explica Jomar, “há uma necessidade crescente em aumentar essa precisão, já que as estimativas de carbono são uma parte importantíssima do entendimento de um bioma e dos efeitos antrópicos sobre ele”.

Para alcançar este objetivo geral, foram realizadas avaliações dos efeitos da geomorfologia na modelagem da biomassa florestal e o fechamento do dossel, para compreender de forma mais aprofundada o componente estrutural de cada região analisada. Além disso, foram analisados os resultados de estimativas considerando diferentes estágios de sucessão florestal, e testando o efeito da radiação solar direta sobre o fechamento do dossel. “Todo este processo envolveu duas etapas principais, uma primeira em que realizávamos o estudo por meio das imagens de satélite, e a segunda em que íamos a campo para comprovar se o que havíamos observado condizia com a paisagem efetiva dessas regiões”, conta Jomar.  Na primeira etapa descrita pelo pesquisador, foram analisados os mais frequentes temas ecológicos e métodos utilizados na modelagem de estrutura florestal por meio do sensoriamento remoto. Na segunda etapa, foram usados dados de campo e imagens de satélite previamente obtidas para estimar biomassa e fechamento do dossel.

Para a análise posterior, foi utilizado um modelo digital de elevação do terreno - um software capaz de simular desníveis consideráveis em meio a florestas de densidade semelhante à da Mata Atlântica - como fonte dessa informação geomorfológica necessária. Dessa forma, as diferentes experiências puderam concluir que as melhores estimativas de biomassa e fechamento do dossel foram obtidas durante a integração das imagens de satélite com uma variável geomorfométrica secundária do relevo (em outras palavras, o chamado “fator de iluminação”), que é baseada no ângulo de incidência da radiação solar sobre faces de morros.

As novas metodologias para o uso do sensoriamento remoto e das imagens de satélite para o mapamento não só permitem como comprovam a necessidade da integração entre conhecimentos em tecnologia com os estudos de preservação ambiental. “É importante chamar atenção para o fato de que a tecnologia hoje em dia é a resposta pra muitas questões ecológicas. A chave está em saber como utilizá-la e que perguntas ainda precisam ser respondidas antes de tomarmos medidas de preservação do ambiente”, explica o pesquisador.

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