ISSN 2359-5191

10/10/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 70 - Educação - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Maior interação com indústria é alternativa para gestão da USP
USP vive crise financeira: 105% de seu orçamento está comprometido com a folha de pagamento. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Uma maior parceria com a indústria em suas atividades é um dos caminhos que a Universidade de São Paulo pode seguir para recuperar a saúde financeira e manter o fôlego para a ciência em sua área dedicada à pesquisa. Essa é a conclusão da pesquisadora licenciada do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) Maria Inês Ré, que realizou palestra no último Café com Tecnologia, realizado em setembro. O ciclo de eventos, promovido mensalmente pelo IPT, é voltado a discussões sobre inovação.

Maria Inês é atualmente diretora de pesquisa na École des Mines d’Albi-Carmaux e da Plataforma Tecnológica Gala, duas instituições públicas francesas voltadas à pesquisa científica e inovação. A apresentação descreveu as atividades e o planejamento estratégico dos institutos, que possuem íntima relação com a indústria gaulesa, como parte de uma política de estado para impulsionar o desenvolvimento das empresas francesas.

A diretora acredita que a USP tem capacidade para replicar o modelo que vem tendo sucesso na França em suas atividades de pesquisa científica. A Plataforma Gala, por exemplo, voltada para a farmacêutica avançada, começou as suas operações em 2013 e já é uma instuição consolidada como parceira da indústria.

“Esse é o modelo que nós temos lá, de um centro de pesquisa onde 60% das teses de doutorado são financiadas pela indústria”, descreve, referindo-se ao laboratório que dirige, o Rapsodee, focado em sólidos particulados, energia e meio ambiente. Segundo Maria Inês, a pesquisa é realizada no laboratório da universidade em colaboração estreita com a indústria.

Privatização

O caminho apontado, no entanto, não significa uma privatização, mas sim um estreitamento das parcerias com o setor privado, segundo Zebhour Panossian, diretora de Inovação do IPT. “Instituto de pesquisa não tem como se auto sustentar, porque nós precisamos de dinheiro para poder investir em projetos capacitação interna, por exemplo”, argumenta.

O financiamento do próprio IPT é composto de 60% pela receita proveniente de suas atividades e 40% provenientes de dotação orçamentária do Governo do Estado de São Paulo. Vale lembrar que o Instituto é vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.

Desde o ano passado, o Instituto adotou um novo planejamento estratégico para sua gestão, resumido no tripé “mais inovação, mais presença, mais impacto”, assumindo que a estratégia para aumentar a sua presença e impacto na sociedade deve ser pautada pela inovação. Além disso, o IPT é um dos centros tecnológicos credenciados à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

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