ISSN 2359-5191

15/10/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 71 - Meio Ambiente - Instituto de Geociências
Pesquisa sugere possíveis inundações de áreas urbanas
Fenômeno pode acontecer no litoral paulista em 2025

Uma pesquisa realizada no Insituto de Geociências (IGc-USP) cruzou dados do uso e ocupação do solo da região do Vale do Ribeira do Iguape, no sul do estado de São Paulo, com dados sobre o aumento do nível do mar no litoral paulista e fez projeções para a região em 2025. Ela foi realizada por Fabrício Dalmás em seu doutorado e defendida no Instituto de Geociências (IGc-USP).

Segundo Fabrício, seu objetivo ao iniciar o trabalho era fazer um zoneamento ecologico-econômico da Bacia do Ribeira do Iguape, na porção localizada em São Paulo. Este tipo de zoneamento é importante para o planejamento da ocupação humana do solo e é comum nos Planos Diretores das cidades. Ele logo se deu conta, porém, que fazer o zoneamento de uma área tão grande não seria possível.

Ele começou então a fazer um mapeamento estritamente da ocupação do solo na região, registrando o que era área urbana, o que era vegetação, etc. E, utilizando imagens de satélites, ele pôde mapear a área em épocas anteriores: 1986, 1999 e 2010. “Eu consegui fazer a comparação desses anos vendo como esse uso do solo evoluiu”. Ele utilizou, então, algoritmos de computadores que, a partir dos três cenários anteriores, gerou um quarto cenário, hipotético, para o ano de 2025.

Com este material em mãos, o pesquisador levantou outros dados, do aumento do nível do mar, coletados em um site internacional que faz medidas diárias do volume da água em litorais do mundo inteiro. Os dados dos últimos 50 anos no Vale do Ribeira do Iguape indicaram que na região o nível do mar está aumentando mais que no resto do mundo - 0,40 mm ao ano contra 0,27 mm ao ano na média mundial.

Estes resultados ainda não foram publicados por Fabrício devido a discrepâncias com os números obtidos na mesma área pelo Instituto de Oceanografia (IO-USP) e às consequências nefastas que eles poderiam causar à região caso estejam errados (como especulação imobiliária). De qualquer forma, foram utilizados por ele, em combinação com as projeções futuras de uso do solo no Vale do Ribeira do Iguape, para elaborar um cenário ainda mais completo. A tese se chama “Análise da evolução do uso e ocupação do solo na UGRHI-11 e avaliação de cenários futuros em função de processos erosivos e de movimentos de massa utilizando técnicas de geoprocessamento”.

“Eu gerei um possível mapa do uso do solo em 2025 e cruzei com o aumento do nível do mar também em 2025”, ele diz. Os resultados? A região, que abriga hoje as maiores reservas de mata atlântica remanescentes do Brasil, deverá continuar com uma grande área de matas, que segundo Fabrício vêm sendo bastante preservadas. Já em relação ao aumento do nível do mar, o pesquisador explica: “se continuar como está boa, parte de Cananeia, Ilha Comprida, Iguape e outras áreas urbanas podem ser inundadas”.

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