ISSN 2359-5191

15/10/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 71 - Arte e Cultura - Museu de Arte Contemporânea
Fotógrafo alemão radicado no Brasil oferece visão diversificada sobre cultura brasileira
Parte da obra de Hans Günter Flieg fica em exposição no MAC até início de 2015
Foto de Hans Günter Flieg para escultura de Max Bill

Conhecido como poeta do aço e do concreto, Hans Günter Flieg é considerado um dos mais importantes retratistas do desenvolvimento industrial e urbano de São Paulo. Nascido na Alemanha e radicado no Brasil, resultado da fuga em 1939 de sua família às perseguições antissemitas do nazismo, Flieg começa a se aventurar no universo da fotografia à partir de trabalhos em ateliês de fotos e estúdios gráficos.

Já na década de 1940, antenado às transformações urbano-industriais na cidade de São Paulo, o ainda jovem fotógrafo começa uma imersão no estudo fotográfico da sociedade paulistana da época, aliado aos trabalhos que começara a desenvolver com empresas e indústrias, que viram no campo das artes uma forma de construir uma nova identidade cultural, não apenas atrelada ao consumo pelo consumo. E é esse mergulho no retrato da urbe e na nova caracterização dos bens de consumo de uma crescente indústria brasileira, inspirado na Bauhaus - escola alemã de design, artes visuais e arquitetura - que definiu precisamente o estilo único do fotógrafo alemão.

Chamando atenção pela sua qualidade técnica, bem como a capacidade de retratar ângulos inesperados em suas fotografias, dando movimento a uma imagem à priori estática, Flieg começa a ser convidado para realizar trabalhos mais elaborados, como o primeiro calendário anual da Pirelli no Brasil e a responsabilidade exclusiva de fotografar as obras da I Bienal de Arte de São Paulo, realizada no MASP, já no início da década de 1950. Este é o período de maior amadurecimento autoral na carreira do alemão, onde passa a colaborar com vários artistas e arquitetos.

A coleção em exposição no MAC, com 220 fotos do acervo do Instituto Moreira Salles, apresenta diversos momentos da carreira de Hans, inclusive o famoso retrato da “Unidade Tripartida”, obra do escultor suíço Max Bill que, no olhar do fotógrafo alemão, dá ao observador uma perspectiva real das curvas, ângulos, luz e sombra da premiada composição do artista concretista.

Segundo Helouise Costa, docente e curadora do MAC, a importância de Flieg vem do fato da fotografia moderna no Brasil ainda não apresentar um estudo aprofundado ao retrato da indústria, arquitetura, design e publicidade. Neste contexto, Hans Günter Flieg “desponta por seu caráter pioneiro e pela excelência de sua contribuição para a profissionalização dessas áreas no Brasil nas quais atuou durante cerca de quatro décadas".

Serviço:

Flieg fotógrafo. Indústria, design, publicidade, arquitetura e arte na obra de Hans Günter Flieg, está em exposição no Museu de Arte Contemporânea da USP: Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301. Telefone: (11) 2648-0254. Horários: terça-feira, das 10h às 21h; quarta-feira a domingo, das 10h às 18h; não abre segunda-feira. Entrada gratuita. Até 22 de fevereiro de 2015.


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