Apesar de ser projetada para alcances de 6 a 9 quilômetros, a tecnologia WiMAX ainda é mais cara para levar acesso à internet em uma mesma área que o Wi-Fi tradicional em um campus universitário. É o que concluiu Lilia Moreira na dissertação “Avaliação técnico-econômica de tecnologia de acesso sem fio para ambientes de rede de campi”, desenvolvida no Mestrado Profissional em Engenharia da Computação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
“O público-alvo dessa pesquisa é a organização que pretende oferecer acesso sem fio em seu ambiente de rede e não em comercializá-lo”, esclarece a pesquisadora. “O método proposto fornece as informações necessárias para identificar a tecnologia de acesso sem fio que atende as especificações técnicas da instituição e que demonstre sua viabilidade econômica”, resume.
A pesquisa foi feita utilizando a infraestrutura do campus Cidade Universitária da USP, zona oeste de São Paulo, levando em consideração as características técnicas proporcionadas pelas tecnologias, como a cobertura do acesso e a capacidade dos equipamentos.
Com esses dados em mãos, Lilia definiu o número de estações base necessárias e qual era a tecnologia mais barata que permitia levar a conexão a 90% da área externa do campus, com cerca de 1.800 usuários simultâneos a uma velocidade de 1 Mbit por segundo. Como foi desenhado para ambientes fechados e menores, o padrão Wi-Fi (IEEE 802.11n) demandou 86 pontos de acesso.
O número é quase o dobro exigido pelo WiMAX (802.16e), de 47 aparelhos. Apesar de precisar de menos unidades e entregar velocidades superiores, o padrão mais moderno é seis vezes mais caro para a mesma aplicação. “Em termos econômicos, a tecnologia Wi-Fi apresenta custo baixo, frente a frente com as limitações técnicas inerentes à tecnologia como a cobertura do sinal em ambiente externo”, conclui Lilia. "Além disso, apresenta mercado favorável com boa oferta de dispositivos móveis com conexão Wi-Fi integrada de fábrica”, acrescenta.
A pesquisadora alerta, porém, que cada instalação possui um objetivo e, para que seja tomada a melhor decisão, é preciso levar em conta uma série de aspectos específicos. “Não existe uma tecnologia do tipo ‘tamanho único’: é necessário analisar aspectos intrínsecos à tecnologia, tendências mercadológicas bem como a variável econômica desta instalação”.