ISSN 2359-5191

27/11/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 89 - Saúde - Faculdade de Odontologia
Uso de placa oclusal favorece equilíbrio
Aparelho removível pode contribuir para aumento de qualidade de vida
Placa é utilizada durante a noite e por 4 horas do dia

A desordem temporomandibular, também chamada de DTM apresenta sinais como bruxismo, estalos ou barulhos localizados na região da articulação da mandíbula. Esse problema pode causar dores crônicas e um incômodo constante. Seu tratamento exige o uso de um aparelho removível, conhecido como placa oclusal que, com uso regulado, diminui a dor e aumenta a qualidade de vida.

Simone Saldanha Ignácio de Oliveira, aluna de pós doutorado da Faculdade de Odontologia da USP, foi orientada pela professora Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio em uma pesquisa para avaliar o efeito do uso da placa oclusal sobre o equilíbrio e postura de pacientes portadores de DTM. Segundo ela, havia uma suspeita clínica de melhora, mas nenhuma comprovação científica. Além disso, a pesquisadora avaliou o impacto do tratamento para o aumento de qualidade de vida e diminuição de risco de queda.

Simone trabalhou com um campo amostral de 70 pacientes com desordem temporomandibular, divididos em dois grupos: com e sem placa. Apenas o segundo recebeu o aparelho oclusal para uso no período noturno e durante quatro horas do dia. Os participantes tinham de 18 a 84 anos, o que contribui para a diversidade das estatísticas, ou seja, a idade não foi considerada fator limitante.

O paciente que possuísse sinais de desordem temporomandibular era levado até um equipamento no Laboratório de Biofisica da Escola de Educação Física e Esportes da USP, a fim de que pudesse ser medido o equilíbrio do corpo a partir da velocidade e do deslocamento anteroposterior, ou seja, para frente e para trás. Este procedimento foi realizado com os olhos fechados e abertos em dois momentos: no início da pesquisa, e novamente após três meses do uso (ou não, no caso do grupo controle) da placa oclusal.

A conclusão do trabalho apresenta resultados otimistas. O uso do aparelho oclusal beneficiou o equilíbrio de forma significativa, tanto com a medição com olhos abertos, quanto fechados (quando é mais difícil se equilibrar). Em relação ao risco de queda observou-se uma redução na preocupação de cair no ato de subir e descer rampas, além de uma melhora na sociabilidade. A segurança em cair menos e a diminuição da dor são alguns dos fatores que podem ter influenciado este critério. De forma geral, a qualidade de vida é impactada de forma positiva.

Simone explica que, apesar dos resultados satisfatórios de sua tese, pretende continuar com o estudo para ampliar as aplicações. Atualmente, em seu pós doutorado, a pesquisadora não se limita ao estudo relacionado à boca, mas estende o campo para pés e convergência dos olhos. A ideia veio de afirmações do professor Bernard Bricot, com quem trabalhou durante um período no Brasil e que acredita que o equilíbrio é regido pelos três fatores em conjunto.

No momento, Simone está fazendo avaliações em jogadores de futebol e remadores. Para estes atletas, qualquer melhoria de desempenho é bastante significante e pode ser conferida a partir da performance esportiva. A expectativa é conseguir elucidar ainda mais as bases do equilíbrio para contribuir não só com a comunidade de atletas, mas também com pessoas com dificuldades em mobilidade por conta deste problema, ou que apresentem distúrbio temporomandibular.


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