É comum, no âmbito da educação infantil, ter crianças que veem a Educação Física como disciplina exclusivamente recreacional e prática. Na fuga desse estigma e na tentativa de entender mais sobre a absorção cognitiva, a professora e pesquisadora Natália Kohatsu Quintilio procurou entender como uma metodologia previamente estruturada poderia aperfeiçoar o ensinamento teórico na esfera esportiva. Para isso, ela utilizou conceitos dos Jogos Olímpicos como base de sua dissertação de Mestrado.
O educador americano Joseph Novak afirma que o alicerce do ensino estaria centrado na tríade do pensar, sentir e agir, criando um senso de responsabilidade no aluno em relação à absorção do conteúdo transmitido. Dessa forma, a tese se baseia num caráter humanista de educação, fugindo do aprendizado mecânico e decorado, que dificultaria a associação prática do ensinamento por parte dos alunos.
Em consonância com esse mote, a autora revela que a principal motivação do estudo foi “querer entender o quanto de conhecimento específico da educação física os alunos levavam para a vida fora do contexto escolar”. Para isso, a professora iniciou o projeto com seus próprios alunos do 2º ano do ensino fundamental, a partir da aplicação de mapas conceituais que tinham como base elementos dos Jogos Olímpicos.
O assunto não foi escolhido aleatoriamente. Dos três requisitos listados no estudo de Novak para uma aprendizagem significativa eficaz, o interesse por parte do aluno é a única condição que escapa das mãos do professor. Dado o interesse demonstrado pelos estudantes a respeito dos Jogos Olímpicos, a pesquisadora decidiu adotar o assunto como foco conceitual para seus estudos. Claro, para não houvesse interesses distintos, optou-se por uma atividade independentemente de notas.
Durante o período de pesquisas, a professora destaca que o estudo contou com “aulas expositivas e apoio de recursos multimídias, discussões em aula, mapas conceituais, questionário com testes de múltipla escolha e perguntas dissertativas como instrumentos de aprendizagem e avaliação”.
Com questionários e mapas conceituais feitos antes e após as diversas atividades aplicadas – como aulas expositivas e discussões em sala -, Kohatsu avalia que “houve melhora na compreensão dos conceitos relativos aos Jogos Olímpicos após a intervenção, organizada sob os princípios da Teoria Educacional de Novak e que novas ferramentas de ensino e aprendizagem devem fazer parte da educação física escolar”.