ISSN 2359-5191

05/03/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 17 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Metodologia ajuda a compreender comportamento de artérias
Método permite conhecer melhor informações a respeito de um tecido biológico mole, como sua capacidade de elasticidade
O estudo se concentrou nos estudos da elasticidade da artéria Créditos: Hospital Israelita Albert Einstein

Uma nova pesquisa na Escola Politécnica procura realizar uma metodologia para o estudo de um tecido elástico, mais precisamente uma artéria. Produzida como estudo de mestrado por Isabel Guzmán, a metodologia avalia as informações da elasticidade de um tecido dada por uma máquina de tração biaxial. A partir delas, pode-se compreender melhor o comportamento de vasos sanguíneos mediante dilatação, sabendo se irão ou não romper.

Tecido biológico mole são todos os tecidos que apresentam uma maior elasticidade. Estão agrupados nesse conceito a cartilagem, a pele, o estômago e as artérias. A pesquisa de Isabel se concentrou nos estudos da elasticidade da artéria. A grande referência para iniciar essa pesquisa foi a partir do aneurisma, que é uma dilatação anormal de um vaso sanguíneo causado pelo enfraquecimento das paredes. Ou seja, nada mais é do que um tecido de artéria que acabou se esticando. E a gravidade dessa doença está no fato que pode facilmente romper o vaso resultando em hemorragia ou isquemia dos tecidos.

Normalmente, quando essa dilatação anormal é diagnosticada, os médicos não tem absoluta certeza se é necessária a operação. Para saber se é preciso operar, eles calculam o diâmetro do aneurisma em sístole, ou seja, no momento que o coração envia sangue a todo o corpo. Essa medida é o máximo que o vaso alcança e se ele for maior que uma constante é necessária a operação. Contudo, há ressalvas: “Às vezes, a operação é muito perigosa e é melhor não operar. Há casos de aneurismas bem grandes que não romperam e a pessoa continuou a vida normal. Enquanto outras, que tinham aneurismas menores, romperam”, diz Isabel. Portanto, conclui-se que esse parâmetro para decidir a operação não é preciso.

O que Isabel estudou foi como determinar precisamente isso, a partir do conhecimento das propriedades desse vaso sanguíneo para determinar se ele vai romper ou não. “Pode medir a elasticidade do tecido mediante uma técnica de ultrasom. Mas como saber se a elasticidade é boa ou ruim? É preciso saber as propriedades desses tecidos”, afirma Isabel. Para conhecer as características deles, são usadas diversas máquinas de tração biaxial. Ele fornece uma faixa de valores padrões que é capaz de dizer se é provável ou não que o vaso rompa e, a partir de que diâmetro que ela rompe. “Para utilizarmos essa máquina, precisamos de uma metodologia ou parâmetros para seguir o ensaio. Obtenho valores de dilatação dos tecidos mas o que faço com eles? Que informação eles podem me dar? É para isso que foi feita essa pesquisa: para ter uma metodologia para caracterizar esse tipo de tecido”, explica.

Para realizar o estudo, ela coletou a artéria da aorta abdominal do porco. Por ser um tecido muito semelhante com o do humano, os resultados obtidos puderam ser espalhados em tecidos humanos. Todos os testes foram realizados para calcular o grau de elasticidadade e o momento de rompimento. Com isso, são produzidos gráficos de curvas que alertam para o esticamento máximo da artéria antes dela se romper. Isabel: “Na metodologia também se considera uma parte da conservação do tecido. Quando o tecido é retirado do corpo, ele sofre desidratação e perde propriedades mecânicas. Então teve que ter uma etapa de hidratação”.

O trabalho permitiu obter uma metodologia para realizar a caracterização dos tecidos. Nessa metodologia tem a parte da seleção da mostra, da conservação da, da fabricação, dos testes, dos dados dos testes, das tensões e de dois modelos que podem ser utilizados para obter uma função de deformação que descreve o comportamento do tecido. Além disso, também há uma parte de histologia que permite conhecer a morfologia da mostra.


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