ISSN 2359-5191

28/04/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 27 - Saúde - Faculdade de Medicina
Técnicas de reconstrução de ligamento no joelho têm mesma eficácia
Reconstrução do LCA com feixe duplo não apresenta diferentes resultados em relação a de feixe simples
Gazeta Esportiva

O ligamento cruzado anterior, o LCA, é uma estrutura do joelho muito sensível a lesões. O ortopedista Caio Oliveira D'Elia, em sua pesquisa de doutorado realizada pela Faculdade de Medicina da USP, procurou observar os resultados de duas técnicas de reconstrução do LCA em relação a rotação da tíbia (osso componente do joelho).

Há estimativas que dizem que um em cada três mil pessoas sofrem desse tipo de lesão por ano, principalmente durante práticas esportivas. Isso acontece pois certos movimentos, quando realizados, podem provocar o rompimento do ligamento, necessitando, dessa maneira, da cirurgia para a sua reconstrução.

É indiscutível que, atualmente, são os jovens atletas que mais sofrem com essa lesão. Embora em números gerais os casos de homens que rompem o LCA seja maior do que de mulheres, são elas que estão mais suscetíveis ao rompimento. Isso porque, entre outras coisas, as mulheres apresentam uma maior largura da pelve, menor força muscular e maior flexibilidade em relação aos homens, o que torna a torção do joelho muito mais fácil, levando ao rompimento do ligamento.

Um outro problema relacionado a pacientes que tiveram o LCA rompido e reconstruído é a maior incidência de artrose após a lesão ou a cirurgia. Ela seria uma das maiores complicações relacionadas à lesão do ligamento. Isso se dá pelo fato de que a artrose corresponde a um desgaste da cartilagem, e depois do rompimento do LCA e o seu não restabelecimento completo, o paciente teria muito mais chances de ter a cartilagem entre o fêmur e a tíbia desgastado.

Há hoje duas técnicas para se realizar a reconstrução do LCA, a com feixe duplo e de feixe simples. Ambas procuram restabelecer a rotação normal da tíbia, porém ainda existe discordâncias a respeito da eficácia de cada uma delas quando se trata do resultado final da cirurgia. Estudos anteriores avaliaram e compararam as duas técnicas, chegando a conclusão de que a reconstrução com feixe simples não seria suficiente para controlar a rotação da tíbia, sendo portanto a com feixe duplo a mais indicada. O objetivo de D'Elia em sua pesquisa era avaliar se havia realmente prevalência de uma técnica em relação a outra nesse ponto em questão.

O estudo contou com a avaliação de 75 pessoas, dentre elas, 26 tiveram a reconstrução do LCA com feixe duplo, 22 com feixe simples e as outras 27 não tiveram nenhum tipo de lesão, compondo o grupo de controle. D'Elia procurou avaliar cada um dos indivíduos dos grupos em três movimentos diferentes, usando câmeras para analisar e guiar os cálculos posteriores da rotação da tíbia dos envolvidos. O médico conta que o estudo demandou bastante tempo, pois eram necessários todos os procedimentos antes, durante e após a cirurgia para se chegar ao resultado final da pesquisa.

Como conclusão, Caio D’Elia diz que as rotações da tíbia após a cirurgia de reconstrução do LCA com feixe simples e com feixe duplo não são distintas. Ambas apresentaram os mesmo resultados após a avaliação cinemática com câmeras de análise do movimento humano. Dessa maneira, portanto, as duas técnicas de cirurgia levam a um mesmo resultado e são iguais quando se trata dos benefícios que geram ao seus pacientes.

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