ISSN 2359-5191

31/08/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 85 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Melhor método de alisamento capilar depende do tipo da fibra
Pesquisa da USP avaliou métodos tradicionais e recentes de alisamento das madeixas
Melhor tratamento depende da ondulação do cabelo. Foto: Tania Cristina de Sá Dias

Uma recente pesquisa da USP analisou os diversos métodos de estiramento capilar e quais deles são melhores para cada tipo de cabelo. O trabalho constatou que todos os alisantes cumprem seu objetivo e também causam danos às madeixas, sendo que os tratamentos ácidos, mais recentes, são os que mais fragilizam os fios.

O objetivo da pesquisa era analisar diversos métodos de alisamento e relaxamento capilar, como conta a autora do trabalho, Tania Cristina de Sá Dias, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. “Usamos para isso alisantes e relaxantes com ingredientes ativos clássicos (pH alcalino) como tioglicolato de amônio, hidróxido de sódio e hidróxido de guanidina e novos ingredientes (pH ácido) baseados em ácido glioxílicosozinho ou em combinações”. Foi testado ainda o formaldeído, que está proibido pela Anvisa por ser danoso à saúde, mas que continua sendo usado clandestinamente por muitos consumidores.

O chamado formol, na realidade, é uma solução de formaldeído a 37% de ativo que pode ser muito perigosa à saúde. “Há vários artigos publicados mostrando que a inalação dos vapores de formaldeído causa diversas doenças sérias. O simples destapar de um frasco já causa ardência nos olhos e algumas gotas na pele causam irritação para a maioria das pessoas”, adverte Tania. É possível desconfiar de formol em altos percentuais nos produtos alisantes capilares pelo odor, apesar de muitos deles conterem fragrâncias para disfarçá-lo.

Danos ao cabelo

Tão importante quanto analisar quais métodos são mais efetivos no alisamento capilar é descobrir quais danos esses produtos podem causar aos cabelos. “As avaliações feitas mostram: os produtos que, além da ação química e mecânica, utilizam processo térmico, danificam mais os cabelos, embora a aparência dos fios seja mais lisa e brilhante”.

Excluindo-se os produtos contendo formaldeído, o tratamento que apresentou a maior perda de proteínas na fibra capilar foi à base de carbocisteína com o uso de uma “piastra”, a famosa chapinha.

Carbocisteína mais chapinha causam grandes danos à fibra capilar           Carbocisteína mais chapinha causam grandes danos à fibra capilar.  Foto: Tania Cristina de Sá Dias

Há ainda ingredientes que apresentam como efeito colateral a mudança da cor do cabelo. Os tratamentos ácidos, mais recentes, podem causar esse efeito. Portanto, para se escolher um produto de alisamento, se faz necessário analisar o quão ondulado é o cabelo, o quão fragilizada está a fibra e o nível de alisamento que se quer, para então decidir qual tratamento será usado.

Os produtos à base de hidróxido de sódio tinham como concorrentes formulações de hidróxido de lítio, hidróxido de guanidina e, principalmente, tioglicolato de amônio. A partir de 2003, no entanto, começaram a surgir as chamadas “escovas progressivas”, que utilizavam o formaldeído. Na tentativa de substituir a substância proibida pela Anvisa surgiram os cosméticos mais recentes, a base de ingredientes como o ácido glioxílico, sozinho ou em combinações.

Brasil: país dos cachos

Tania conta que a ideia de sua pesquisa foi reforçada por um estudo de uma empresa internacional sobres as espécies de cabelos existentes no mundo, classificados em oito tipos diferentes, baseados na curvatura, diâmetro e outros parâmetros. “No Brasil, temos a maioria deles, particularmente os com cachos e muitos cachos. O afro puro não há muito. Com foco nesse potencial de mercado iniciei estudos baseados em alisantes capilares, tanto no mestrado como no doutorado”.

As oportunidades nessa área são, de fato, enormes. Os cabelos são o maior mercado de produtos cosméticos na América Latina e o Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de cosméticos no mundo, rapidamente caminhando em direção ao segundo lugar.

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