ISSN 2359-5191

01/10/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 90 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Problemas históricos do Brasil podem ser resolvidos com tecnologia de rastreabilidade

Com projetos de rastreabilidade aplicados à cadeia de suprimentos, implementado pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e ao controle de equipamentos e restrição de acesso a áreas controladas aplicado pela Petrobras, o Gaesi (Grupo de Automação Elétrica em Sistemas Industriais) embarca em iniciativa inédita a  nível global.

Em parceria, a Escola Politécnica e a Faculdade de Medicina, ambas da USP, criam laboratório experimental para estudo em rastreabilidade de medicamentos. O projeto surge dentro do novo núcleo de inovação do Hospital das Clínicas, e seu piloto tem por objetivo implementar a rastreabilidade do medicamento em toda a cadeia de distribuição.

“O hospital administra o medicamento internamente. Tem uma farmácia que  envia medicamentos diretamente na casa dos pacientes. O ambiente hospitalar facilita o projeto piloto e testes”, comenta Vidal Melo, pesquisador da Escola Politécnica.

Atualmente o controle é feito por lote, e tanto no caso de roubo de cargas, como no de falsificações, o medicamento roubado poderia ser reinserido na cadeia distributiva através do contrabando e emissão de notas frias, por exemplo. Em fase de implementação, o sistema implica em uma série de troca de mensagens entre os players da cadeia: distribuidores, farmácias, indústria. O objetivo principal é entender os afunilamentos da cadeia de distribuição, uma vez que o principal desafio se encontra na operacionalização em escala nacional.

A iniciativa brasileira é bastante avançada e vai de encontro às tendências mundiais: possibilitaria mapeamento de práticas que trazem malefícios à população, dessa forma, a overdose de medicamento e os casos de automedicação poderiam ser combatidos com campanhas educativas. No mundo, o único paralelo existente se encontra na Turquia, onde o governo reembolsa os cidadãos por medicamento consumido. Isso impulsionou a necessidade de controle de fraudes.

No caso dos medicamentos, a ideia inerente ao projeto está na atribuição de um código bidimensional único. Esse código guardará informações técnicas do medicamento como lote, validade, número de Anvisa e o número único do medicamento daquele fabricante.

O Hospital das Clínicas, por sua vez, possui ambiente que reproduz a cadeia distributiva de medicamento, apresentando gargalos semelhantes aos da cadeia distributiva nacional.

De forma geral, a rastreabilidade ajuda a livrar o país da burocracia histórica. Certificados criptografados em conjunto com checagem matemática garantem a autenticidade da informação. O sistema já nasce com custo baixo: com o software mobile desenvolvido, o agente de controle pode instalar o aplicativo em seu próprio aparelho. “Não há mais necessidade de adquirir coletores de dados que custam, em média, 7 mil dólares. Todo smartphone pode ser um coletor de dados atualmente” diz Eduardo Dias, professor da USP.

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