ISSN 2359-5191

28/03/2001 - Ano: 34 - Edição Nº: 02 - Saúde - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Zinco pode contribuir para o tratamento do diabetes

São Paulo (AUN - USP) - O zinco pode ser um fator auxiliar no combate ao diabetes, doença que hoje atinge milhões de pessoas no mundo inteiro. Essa hipótese faz parte da tese de doutorado de Dilina do Nascimento Marreiro, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. A tese "Efeito da suplementação com zinco sobre a resistência insulínica em pacientes obesos" procura comprovar a influência benéfica do zinco sobre a ação ineficaz da insulina, a chamada "resistência insulínica", principal causador do diabetes tipo 2.

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas e está relacionada à absorção de glicose pelo organismo. Ela facilita a captação das moléculas de glicose pelas células, para que elas sirvam como "combustível" às atividades metabólicas. Existem casos em que as células produtoras de insulina são destruídas pelo próprio organismo, que passa a ter dificuldade em absorver glicose, e esta permanece no sangue em níveis constantemente altos. Esse é o diabetes tipo 1, ou insulino-dependente, que ocorre com mais freqüência em jovens e necessita de aplicações de insulina para que não haja hiperglicemia (altas taxas de glicose no sangue).

Outro caso de diabetes é o tipo 2, em que a produção de insulina acontece, mas existe resistência das células do organismo em utilizá-la totalmente. Assim, a glicose é muito pouco absorvida e permanece no sangue em concentrações elevadas. Existe forte relação entre o diabetes tipo 2 e a obesidade, embora nem todo obeso venha a se tornar diabético. A predisposição genética, aliada a outros fatores, vem sendo apontada como possível causadora da moléstia Os principais sintomas são o aumento da quantidade de urina, a perda de peso, o aumento da sede e do apetite. Se o diabetes não for devidamente tratado, pode provocar anomalias em pequenos vasos sanguíneos, causando cegueira, insuficiência renal, hipertensão arterial e diminuição da irrigação sanguínea em membros inferiores, como os pés, podendo haver necessidade de amputação.

Em sua dissertação de mestrado, concluída em 1999, Dilina pesquisou o consumo alimentar relativo ao zinco de crianças e adolescentes obesos. De acordo com o estudo, a quantidade do mineral consumida era adequada, mas sua presença no organismo não. Segundo Dilina, estudos feitos com animais mostraram que o obeso apresenta má distribuição do zinco no organismo. "Pode ser que o obeso tenha um distúrbio orgânico que cause alteração no metabolismo do zinco". A hipótese de eliminação do mineral não foi descartada, pois a concentração presente na urina era elevada.

Na atual pesquisa, pacientes obesos do Hospital das Clínicas, que possuem a resistência insulínica, vêm sendo submetidos a uma suplementação com zinco para se tentar comprovar os possíveis efeitos do mineral sobre essa disfunção. "Se o zinco conseguir melhorar a atividade da insulina, poderá então diminuir essa resistência", afirma Dilina. Se houver comprovação da influência do zinco sobre a resistência insulínica, o combate ao diabetes ganhará um forte aliado.

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