ISSN 2359-5191

26/11/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 117 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Pesquisa analisa efeitos das nanopartículas no ambiente marinho
Estudo do IO-USP analisa recente inclusão das nanopartículas no ambiente e foca nos efeitos que esse novo poluente pode trazer para espécies marinhas
Trachinotus carolinus. Fonte: https://tpwd.texas.gov/huntwild/wild/species/pompano/

O pesquisador Fabio Matsu Hasue, do Instituto Oceanográfico da USP (IO), vem estudando os efeitos   de determinadas nanopartículas em organismos marinhos para confecção de sua tese de doutorado.

Em seu trabalho, o pesquisador utiliza peixes da espécie Trachinotus carolinus, que ocorre em todo Atlântico Sul, como modelo de estudo dos efeitos do estresse oxidativo causado pela nanopartícula de prata. “A pesquisa surgiu da necessidade de conhecer os efeitos da inclusão de um novo poluente no meio ambiente, uma vez que ainda não é possível estabelecer os efeitos futuros desses agentes sobre a biota marinha”, diz Fabio.

A nanopartícula de prata, presente em muitos fármacos, como antibactericidas e fungicidas, pode entrar em contato com organismos marinhos uma vez que seu uso e fabricação de produtos gera efluentes domésticos ou industriais cujo destino final são os oceanos. Os métodos de tratamento de água não conseguem retirar essas partículas tão pequenas, fazendo com que espécies como o Trachinotus carolinus fiquem expostas aos seus possíveis efeitos.

As nanopartículas promovem a geração de espécies reativas de oxigênio como, por exemplo, moléculas de oxigênio com elétrons livres que interagem com proteínas, ácidos nucleicos e membranas. Cabe ao organismo recrutar suas defesas para se livrar da ameaça. Alguns estudos de outros autores já mostram que esses elementos indicam problemas na eclosão dos ovos e deficiências neurológicas em alguns casos.

O pesquisador do IO conseguiu identificar danos no DNA dos peixes, causados pela exposição às nanopartículas, que promovem a quebra das fitas do material genético. Fabio exemplifica com o caso dos DDTs, em que não era conhecido seus efeitos, mas hoje, após anos, já foram identificados danos causados pelo poluente.

A principal ideia da pesquisa é evidenciar os riscos e procurar métodos de reverter os possíveis danos ambientais. O pesquisador ressalta que a questão passa a ser uma "briga" entre economia e meio ambiente, e que tanto produtores, governo e toda a população devem conhecer os efeitos e cobrar por medidas ecologicamente saudáveis. Fabio completa dizendo que é necessário prosseguir com as evoluções tecnológicas, mas é fundamental se atentar aos efeitos das inovações.

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