ISSN 2359-5191

27/11/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 118 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Método de classificação de risco promete proteger ferrovias brasileiras
Sistema identifica processos erosivos mais emergenciais para que sejam rapidamente resolvidos
fonte: Folha da Cidade

Uma nova metodologia para classifcação de risco de erosão próximo a ferrovias foi desenvolvida em pesquisa de mestrado feita na Escola Politécnica. A dissertação, de autoria de Natália da Costa Souza, analisou os processos erosivos do estado de São Paulo e, a partir deles, conseguiu estabelecer a probabilidade de atingirem ou não a malha férrea. Com esses dados, é possível tomar as providências necessárias que podem evitar desde a paralisação de linhas até a morte de pessoas próximas a elas.

Processos erosivos do tipo lineares são grandes movimentações de sedimento no terreno. São processos naturais, mas que podem sofrer um aceleramento derivado de intervenções no meio ambiente, como por exemplo o desmatamento e a ocupação de terra visando à habitação ou, até mesmo, à própria construção de canais de transportes. São considerados um problema sócio-ambiental quando muito avançados. Ambiental porque afetam drasticamente a fertilidade do solo, atingem lençóis freáticos e chegam até mesmo a causar assoreamento de corpos d’água. Social porque quando há grande quantidade de terra em movimento, ocorrem deslizamentos que podem levar à morte de pessoas que estejam nas redondezas.

No caso de erosões próximas a linhas férreas, os soterramentos ou outros tipos de movimentação de terra podem acabar por paralisar as vias ou então prejudicá-las de alguma forma, além de serem uma ameaça aos habitantes e pessoas que estão dentro do trem. Para tomar as providências necessárias e impedir que tais problemas ocorram, Natália propôs um método de classificação de risco que determina a urgência dos processos erosivos próximos à ferrovia. Segundo ela, tal sistema poderá indicar ao gestor que administra aquela malha quais lugares são mais emergenciais e que necessitam de atenção imediata.

A classificação é dada a partir do mapeamento do terreno onde as vias estão localizadas. Natália utilizou-se de um levantamento já pronto feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que identifica todas erosões presentes dentro do estado de São Paulo. Com base nisso, ela cruzou duas informações: a suscetibilidade do terreno em sofrer um processo erosivo e a vulnerabilidade da linha férrea em relação a esses processos. Caracterizando cada um como alto, médio ou baixo, chega-se a um resultado que identifica urgência da situação;

A pesquisa se concentrou na linha férrea da bacia do Tiête-Sorocaba, incluindo locais como Alumínio, Bauru e Penápoles. Mas para a utilização do sistema em outros lugares do Brasil, é preciso fazer um mapeamento semelhante ao usado por Natália e feito pelo IPT, se concentrando nos processos de erosão do tipo lineares porque são considerados muito mais graves do que o outro tipo, os laminares. Segundo Natália “é o nível de desenvolvimento que começa a atingir sulcos no solo.” Os laminares, porém, só retiram a superfície do terreno. Justamente por terem a característica de atingirem uma profundidade maior e movimentarem muito mais massa de terra, que as ferrovias se mostram tão vulneráveis aos lineares.

Porém, mesmo assim, a pesquisadora afirma que o sistema de classificação criado por ela não pretende colocar um processo erosivo como mais importante do que o outro: “Não é que alguns processos são mais importantes do que outros. Acontece que alguns são mais emergenciais. É uma ferramenta que indica os graus de prioridades que ele deve tomar em relação a um processo erosivo em relação a outro.” Dessa forma, será possível evitar acidentes desnecessários, além de tornar o sistema ferroviário brasileiro mais eficiente e seguro.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br