ISSN 2359-5191

27/01/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 2 - Saúde - Escola de Educação Física e Esporte
Programa voltado para mulheres obesas busca melhora em exercícios e alimentação
Saúde e Bem Estar na Obesidade foi desenvolvido por professores da EEFE
Reprodução / Site Noivas do Brasil

Nos últimos anos, a obesidade se tornou cada vez mais comum, o que é preocupante para as autoridades de saúde. Com o aumento da população de obesos, a quantidade de dietas também cresceu. No entanto, um programa desenvolvido por professores da Escola de Educação Física e Esporte com mulheres obesas mostrou que realizar atividades lúdicas e melhorar a relação com o alimento, ao invés de evitá-lo, são alternativas muitos mais eficientes na melhora da qualidade de vida. O professor Bruno Gualano é um dos idealizadores do projeto, que tenta renovar o grupo de participantes todos os anos e está em momento de divulgação das novas matrículas.

Antes chamado de Controle Alimentar e Atividade Física, o programa foi apontado como falho por professores da EEFE, que decidiram incrementá-lo com um aconselhamento profissional e aulas de atividade física mais voltadas para o gosto das participantes. Atualmente conhecido como Saúde e Bem Estar na Obesidade, o curso comunitário é baseado na filosofia chamada Healthy at Every Size.

“A ideia é propiciar uma intervenção que melhore saúde geral e qualidade de vida para mulheres obesas, sem restringir dieta e oferendo atividade física de uma maneira lúdica, que elas gostem de fazer”, contou Bruno. “Estudos científicos já mostram que dieta restritiva não funciona. Você restringe e depois acontece uma compulsão por aquele alimento. Dieta restritiva não funciona do ponto de aderência, as pessoas perdem peso no começo e depois a tendência é que retomem o ganho de peso, em médio e longo prazo”, completou.  

A parte de aconselhamento nutricional foi coordenada pela professora Fernanda Scagliusi, da Faculdade de Saúde Pública, que trabalha em colaboração com os professores da EEFE. O trabalho desenvolvido por ela visa ensinar às participantes comerem de acordo com pistas fisiológicas, apenas porque estão com fome, sem interferência de fatores externos e emocionais. As nutricionistas usam abordagens fisiológicas e antropológicas para alcançarem os objetivos. A outra parte envolve o exercício físico.

“Temos um grupo com aulas de segunda, quarta e sexta. Tem monitores, professores, alunos e um técnico. As atividades são, sobretudo, lúdicas, que visam a melhorar a saúde, mas também focam no bem estar. Elas não fazem exercícios militares, mas aquele de acordo com o gosto e percepção de força. Além disso, existem oficinas filosóficas para discutir questões como culpa, preguiça e tédio. Temos até um pesquisador com background na área de filosofia que discute com elas”, revelou o professor.

Após um ano, publicaram os primeiros resultados, que ainda são o piloto do projeto. Foram utilizados dados quantitativos, como a capacidade física e o nível de colesterol, e a metodologia qualitativa, através de entrevistas, que avalia pontos como a relação com o alimento e com a atividade física. A evolução foi notada pelos pesquisadores, que relataram a melhora na parte quantitativa, além de perceberem que as participantes se tornaram mais autônomas em relação à comida. Os resultados foram publicados em dois trabalhos internacionais.

“Muitas eram traumatizadas com a comida e com os exercícios. A ideia era que essa visão mudasse, e de fato parece que mudou. Isso tem um impacto para o resto da vida delas. Conseguimos tocar no ponto que chamamos de qualidade de vida”, finalizou Bruno.

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