ISSN 2359-5191

27/01/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 2 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Planeta descoberto pode esclarecer origens do Sistema Solar

Uma equipe coordenada pelo professor Jorge Melendez, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, descobriu em julho de 2015 um planeta com características semelhantes a Júpiter, orbitando uma estrela de massa e idade semelhantes às do nosso Sol.

De acordo com o referido Professor, a descoberta é importante em razão do papel cumprido por Júpiter na arquitetura do Sistema Solar: com sua enorme massa, superior à soma das dos demais planetas, Júpiter forma uma barreira gravitacional, impedindo que os planetas gasosos gigantes, externos, desestabilizem os planetas rochosos, menores e internos. Sem Júpiter, dificilmente haveria condições para a vida na Terra; a influência gravitacional dos planetas gasosos levaria a choques entre os planetas e entre eles e o Sol.

O sistema estudado tem aproximadamente quatro bilhões de anos de idade, cerca de 600 milhões a menos que o nosso, e sua estrela é tão similar em tamanho e massa ao Sol que, nas palavras do professor, “sequer se notaria se uma estrela fosse trocada pela outra”. Além disso, o planeta “gêmeo” de Júpiter se encontra a uma distância de sua estrela próxima à distância entre o Sol e Júpiter: pelo estudo desse sistema, será possível entender a formação do Sistema Solar e o papel de Júpiter na sua arquitetura.

A equipe estuda o sistema em questão há quatro anos, mas antes disso já passara um longo tempo escolhendo qual sistema estudar. Daqui em diante, novos estudos pretendem identificar outros planetas na região, corroborando ou não as hipóteses levantadas. Caso o sistema realmente se assemelhe ao Solar, Melendez aponta que ele já teria idade suficiente para o desenvolvimento de formas de vida sofisticadas.

O futuro da pesquisa, porém, encontra uma dificuldade: para que pesquisadores brasileiros possam continuar tendo acesso aos avançados telescópios utilizados, o Brasil precisa se juntar ao consórcio de pesquisa astronômica conhecido como Observatório Europeu do Sul. Para tanto, o contrato de adesão, que concretizaria a participação do país no consórcio e já foi aprovado pelo Congresso, aguarda a publicação de decreto presidencial, o único passo faltante. Até agora, se permitiu que o país utilizasse os telescópios na expectativa da conclusão do acordo; porém, o Brasil ainda não realizou qualquer pagamento, e continua aguardando sua oficialização.

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