ISSN 2359-5191

15/02/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 12 - Saúde - Escola de Educação Física e Esporte
Atividade física funciona como terapia para doentes reumáticos
Estudo também mostrou que pacientes praticam menos exercícios que o desejável, o que piora os sintomas
Atividade pode melhorar sintomas e qualidade de vida de reumáticos / Reprodução Corpo A Corpo

As doenças reumáticas englobam um grande número de enfermidades que acometem cartilagens e articulações, além de alguns órgãos internos como cérebro e coração. Por estarem envolvidas com o sistema músculo-esquelético, elas podem começar a limitar alguns movimentos do paciente, que acaba ficando parado e sedentário. Essa certa fragilidade que atinge o corpo pode fazer parecer que o mais indicado é o repouso e que a atividade física deve ser evitada, porém, ela pode ser de grande ajuda para o tratamento. É isso que um estudo desenvolvido por alunas da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE/USP), com ajuda do professor Bruno Gualano, mostrou.

De acordo com os dados da pesquisa, pacientes com doenças reumáticas, tanto crianças quanto adultos, fazem uma quantidade de atividade física menor que a recomendada e menor que a praticada pela população no geral. É uma área pouco explorada, mas na qual já é possível entender que uma inatividade piora o quadro da enfermidade e gera um ciclo vicioso, no qual a inflamação aumenta por falta de exercícios, os sintomas pioram e o sedentarismo só cresce.  

Segundo Gualano, poucos pacientes atingem o ponto de exercícios desejado, especialmente as crianças. Ao invés de médicos, pais e profissionais de atividade física encorajarem essa atividade, por algum motivo, talvez por superproteção, não incentivam. “Nosso estudo mostrou que ele pode se exercitar, e isso melhora muito a saúde. Esse receio reflete em uma menor capacidade física de quem tem doença reumática”, explicou o professor.

Para avaliar a influência do exercício físico, houve uma parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. O estudo foi focado em pacientes jovens e adultos de lúpus. Eles usaram um aparelho que fornece informações como o número de passos e a intensidade da atividade física, o acelerômetro. Foi possível notar que muitos passam mais tempo sem fazer nada ou realizando tarefas que exigem menor esforço, o que não é indicado para eles. Após o programa de treinamento, no entanto, aconteceram mudanças.    

“Esses estudos iniciais têm mostrado que os pacientes com doenças reumáticas tendem a ser mais inativos. É bom que se diga que a inatividade física está associada à mortalidade por doenças cardiovasculares, que das reumáticas é a que mais mata”, declarou. Em paralelo, os pesquisadores observaram que o exercício para esses pacientes é uma terapia. Depois do programa de treinamento melhoram a qualidade de vida e a capacidade funcional.

Até o fim da época de 60, os próprios médicos receitavam repouso, mas hoje sabe-se que quanto menos atividade física, mais inflamado o paciente fica. Porém, é importante ressaltar que o tratamento farmacológico não deve ser abandonado. Os resultados do estudo serão enviados para publicação.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br