ISSN 2359-5191

03/03/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 25 - Sociedade - Escola Politécnica
Pesquisa propõe metodologia para análise cognitiva de profissionais de TI
Sistema cruza informações gerais, preferências de assuntos e indíces cognitivos para criar correlações
Fonte: Reprodução internet

Pesquisador da Escola Politécnica propõe metodologia para análise de perfil profissional de atuantes na área de Tecnologia da Informação (TI) baseando-se na teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner. Fabiano Rodrigues Ferreira criou uma metodologia que se baseia em um conjunto de perguntas de cunho geral, algumas específicas para análise do coeficiente de cada tipo de inteligência e outras técnicas voltadas para os assuntos e matérias particulares à profissão analisada.

Ferreira aplicou a pesquisa em 408 pessoas que trabalham, atualmente, em bancos, seguradoras e empresas de desenvolvimento de software como profissionais em TI. Aplicando um algorítimo de agrupamento que baseia-se na semelhança das respostas entre as pessoas, o pesquisador conseguiu separar todos em 14 grupos de análise diferentes. Dessa forma, é possível estabelecer correlações entre respostas, indicando ligações entre padrões cognitivos e entre interesses especificamente técnicos, e dessa forma observar padrões: “Tentei ver correlações entre padrões cognitivos: se quando um (tipo de inteligência) aumenta o outro diminui, e não afirmar se alguém é mais inteligente do que outra pessoa.”

A metodologia de Ferreira se inicia ao aplicar para a seleção de pessoas que estão sendo estudadas, um teste de 86 perguntas de múltipla escolha. Primeiro, as questões buscam determinar e separar os componentes em aspectos mais gerais, como, por exemplo, a idade, a renda, origem e tipo de educação universitária (pública ou privada). Após isso, a pesquisa procura determinar índices de coeficiente de inteligência específicas para cada um dos nove tipos. Por fim, ela pede ao participante que avalie a preferência que tem para cada assunto ou matéria abordada na área de Tecnologia da Informação. Dessa forma, é possível colocar essas informações no software desenvolvido por Ferreira e, através de uma algorítimo, estabelecer correlações para análises pontuais.

O pesquisador conseguiu estabelecer, dessa forma, algumas observações em relação ao tipo de profissional comum no mercado de TI. Segundo ele, muitos dos atuantes na área que preferem trabalhar na parte de gestão de projetos, liderando e organização a produção de softwares, por exemplo, não apresentam coeficientes de inteligência interpessoal, linguística e lógica-matemática muito altos. Para Ferreira, isso pode indicar um certo desinteresse real por Tecnologia de Informação, já que as pessoas que afirmaram ter pendências para ela, na verdade, pelo teste, não as possuem realmente. Devido a esse problema, de acordo com o pesquisador, muitos dos gerentes que atuam nas empresas podem não conseguir visualizar bem a possibilidade de um prazo, arranjar soluções rápidas para problemas em projetos quando sua equipe o procura, ou conseguir negociar corretamente com clientes.

Ferreira também pontuou outros detalhes que ele considera relevantes para a percepção que a metodologia pode oferecer, como, por exemplo, o fato de que estudantes de TI vindos de universidade pública apresentam uma relação entre o coeficiente de inteligência linguística e lógica-matemática e a idade. Segundo o pesquisador, as duas inteligências crescem a medida que a idade também avança.

O pesquisador conta que sua ideia pode ser aplicada para diferentes profissões. Basta usar o software e ajustar as perguntas à área correspondente. Ou seja, em vez de perguntas sobre afinidade com matérias de TI, o usuário só precisa verificar quais assuntos são relevantes em sua profissão e substituir por questões que tratem disso. “Essa tese pode ajudar no direcionamento profissional dos indivíduos, na alteração curricular dos cursos para dar um direcionamento melhor e verificar o que está faltando nos cursos. Talvez na área de TI faltasse um pouquinho mais de aspecto humano, entender melhor como funciona quando se ensina gestão de projetos.”

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