ISSN 2359-5191

01/03/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 23 - Saúde - Faculdade de Odontologia
Terapia antiplaquetária dual não causa alterações durante extração dentária
Estudo comprova que não há um maior sangramento em pacientes que combatem doença arterial coronariana com tais medicamentos
Dr. Sergio Fernandes

O pesquisador Frederico Buhatem Medeiros realizou um estudo clínico acerca do comportamento de pacientes com doença arterial coronariana, em tratamento com medicamentos antiplaquetários, durante extrações dentárias. Tais remédios causam a diminuição das plaquetas no sangue, que são as responsáveis pela coagulação.

Assim, nestes casos os cortes demoram mais tempo para estancar. Há, dessa forma, um receio entre os cirurgiões dentistas de realizarem tais extrações em seus consultórios, por medo de hemorragias. Para realizar o procedimento, o paciente deve suspender sua medicação antes da cirurgia, para evitar intercorrências. No entanto, isso os coloca em risco, visto que a maioria possui condições delicadas, como stents no coração. Diante disso, a pesquisa foi realizada de modo a avaliar quantitativamente o sangramento trans-operatório.

No estudo, foram realizados no máximo até três extrações dentárias em uma única sessão, em 38 pacientes com sob terapia antiplaquetária dual com AAS e clopidogrel, sem interrupção, e 35 pacientes com doença cardiovascular sem nenhum uso de medicação antiplaquetária, ambos com indicação de extração dentária. As cirurgias foram feitas com uma técnica cirúrgica minimamente traumática e com o uso de hemostáticos para o controle do sangramento local.

No dia do procedimento, foram realizados hemogramas completos, coagulograma e avaliação de agregação plaquetária. Foi constatado um maior sangramento nestes pacientes que o normal, mas ele foi facilmente controlado com medidas hemostáticas locais, não ocorrendo hemorragias.

Assim, não é necessária a suspensão da terapia antiplaquetária para extrações odontológicas. O pesquisador ressalta que a importância de estudos como este, de modo a proporcionar atendimentos cada vez mais seguros aos pacientes especiais.

“É recomendado que estes pacientes cardiopatas em uso de terapia dupla antiagregante plaquetária, e que tenham outras patologias clínicas associadas com alto risco de sangramento, como alterações hepáticas, ou portadores de discarias sanguíneas (alteração no sangue como agranulocitose ou anemia aplásica), sejam atendidos em ambiente hospitalar, para um melhor suporte ao seu tratamento odontológico, sempre por um profissional cirurgião dentista capacitado profissionalmente, inclusive para a resolução de possíveis intercorrências.” 

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