ISSN 2359-5191

29/02/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 22 - Saúde - Faculdade de Odontologia
Estudo compara associação de periodontite agressiva com sorotipos da bactéria Aa
Pacientes tem respostas diferentes ao sorotipo B e C da doença, que tem sua ação variada conforme etnia do hospedeiro
profalessandraareas.blogspot

A professora Luciana Saraiva, da Faculdade de Odontologia da USP, desenvolve pesquisas com portadores de periodontite agressiva, uma doença rara e ainda não muito explorada dentro da saúde bucal. Ela descobriu características que diferem os dois tipos da inflamação, a localizada e generalizada, além da associação da condição com sorotipos da bactéria Aggregatibacter actinomycetemcomitans (Aa).

Esta doença rara acomete cerca de 1% da população e se caracteriza por severa perda óssea. Ela consiste na inflamação dos tecidos que sustentam o dente (ligamento periodontal, cemento radicular e osso alveolar) que acarreta na perda de sustentação óssea, ou seja, o dente fica mole e pode, até mesmo, sair facilmente. Ela não é hereditária, mas apresenta uma característica de agregação familiar, sendo comum em membros da mesma família.

No entanto, ela se difere da periodontite crônica por atingir pacientes jovens, ter evolução rápida, não apresentar grandes depósitos de placa bacteriana e não apresentar comprometimento sistêmico. Ela também é muito difícil de diagnosticar, já que não é visível, sendo possível apenas através de sondagem ou exames de imagem. Assim, não se sabe se sua baixa incidência é real, já que muitos podem ter esta condição, mas não saber.

Um dos tipos da doença é a periodontite localizada. Ela é comum em adolescentes, acomete apenas a perda de estrutura óssea em incisivos e primeiros molares, é mais difícil de diagnosticar, mas responde melhor ao tratamento. O outro é a generalizada, que pode ser evolução da localizada, mas ainda não há provas. Ela normalmente acomete adultos e pode acarretar em tártaro e cálculos.

"O tratamento destes pacientes consiste em orientações de higiene, raspagens, uso de antibióticos, extrações de dentes condenados, restaurações, canais, próteses provisórias, implantes e ortodontia, para a reabilitação. É difícil tratá-los devido à extensão de suas perdas, então muitos dentistas têm medo de atendê-los”, conta Luciana.  Mas, mesmo após o atendimento clínico, eles apresentam inflamações, por isso devem fazer controles periodontais periódicos, aponta a pesquisadora.

A professora estuda agora a relação da periodontite agressiva com a microbiologia e imunologia, em parceria com a professora de microbiologia oral do Instituto de Ciências Biomédicas, Marcia Mayer. Elas identificaram que pacientes portadores de periodontite agressiva respondem fortemente aos sorotipos B e principalmente C da bactéria Aggregatibacter actinomycetemcomitans (Aa), extremamente associada a periodontite agressiva. No entanto, os sorotipos têm reações diferentes em cada tipo de indivíduo, dependendo de sua etnia. Outro achado importante foi que a resposta do anticorpo IgG em pacientes com periodontite agressiva estava correlacionada com o nível de infecção nos pacientes com a forma generalizada, mas não nos com a forma localizada.  

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br