ISSN 2359-5191

05/04/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 32 - Sociedade - Escola de Educação Física e Esporte
Pesquisa busca analisar legado das Olimpíadas para técnicos brasileiros
Pesquisa desenvolvida na EEFE-USP busca investigar frutos que o mega evento esportivo deixará para capacitação dos treinadores e técnicos brasileiros
(Foto: Divulgação/Rio 2016)

Entre agosto e setembro de 2016, no Rio de Janeiro, ocorrerão dois dos maiores eventos esportivos do mundo: as Olimpíadas e as Paraolimpíadas. Dentro do cenário de entrega de obras para o evento, políticas públicas para o mesmo e expectativa dos resultados dos atletas brasileiros, encontra-se uma esfera constantemente apagada: a dos treinadores. Pensando nisso, a professora doutora da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE/USP), Ana Lúcia Padrão vem desenvolvendo uma pesquisa que busca compreender qual será o legado que as Olimpíadas deixarão para os atletas e, principalmente, para os técnicos.

Para a pesquisadora o sucesso de um mega evento esportivo como esse não se resume a conquista do ouro. É essencial que nove pilares estejam em harmonia. Esses pilares são: 1) o apoio financeiro; 2) organização e estruturas de políticas para o esporte; 3) participação e esporte de base; 4) identificação de talentos e sistema de desenvolvimento; 5) suporte para atletas e pós carreira; 6) instalações esportivas; 7) desenvolvimento e suporte para técnicos; 8) competições nacionais e internacionais; 9) pesquisa científica. Sem a harmonia entre os nove, o evento esportivo não será explorado e aproveitado ao seu máximo.

Infográfico mostra como os 9 pilares se relacionam (Fonte: SPLISS - Sports Policy factors Leading to International Sporting Success)

A pesquisa da professora Ana Lúcia envolve uma ampla coleta de dados, que irá durar 12 meses. Durante esse ano, a professora entrará em sites relacionados a esporte e verificará a disponibilidade de cursos, palestras, eventos, simpósios, todos visando à capacitação de técnicos esportivos. Dentre os 79 sites consultados mensalmente pela professora, estão o do Conselho Federal de Educação Física, além dos 18 conselhos regionais, do Comitê Olímpico Brasileiro mais todas as confederações, e também todas as instituições de ensino superior do estado do Rio de Janeiro que possuem curso de Educação Física. Dentre os pontos analisados, ela verificará, por exemplo, se os cursos promovidos por algum dos órgãos citados são de longa duração, se tiveram outras edições anteriores ou se o tema tem a ver com os Jogos Olímpicos.

Na segunda etapa da pesquisa, a professora Ana Lúcia buscará entrevistar pelo menos um membro do Conselho Federal de Educação Física, do Comitê Olímpico Brasileiro, do Ministério da Educação e do Ministério do Esporte. Ela questionará qual será o legado das Olimpíadas para os treinadores e pretende comparar as respostas com os documentos coletados. Como a pesquisa tem duração de um ano, seguindo após o termino dos Jogos, será possível analisar por mais tempo esse legado e comparar as respostar obtidas com os dados coletados.

A busca pela valorização dos treinadores vai além da causa pessoal, passa pelo âmbito social. O esporte é uma esfera muito importante da vida humana, que muitas vezes é pouco valorizado pelas pessoas. Isso ocorre por conta das primeiras experiências que as pessoas têm com o esporte, geralmente proporcionada por um professor de educação física ou treinador. Se esse sabe ensinar o valor do esporte à criança, ela crescerá valorizando o mesmo, do contrário, logo apagará essa esfera de sua vida, tratando apenas como um entretenimento. Além de serem pessoas que fizeram do esporte a sua vida, os treinadores são pessoas que podem proporcionar uma melhor formação humana para as pessoas. “Falar do treinador esportivo esse ano é reconhecer o valor, o trabalho e o apoio que essas pessoas precisam”, afirma a professora. Afinal, é necessário reconhecer o potencial que um bom profissional de educação física tem de fazer a diferença na vida das pessoas, desde pequenas até a velhice.


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