ISSN 2359-5191

25/04/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 44 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Pesquisador desenvolve protótipo de uma churrasqueira a etanol
Equipamento, que tem foco comercial, apresenta benefícios ambientais e de performance
Equipamento da churrasqueira a etanol em teste (Foto: Bruno Bocchi)

A partir, principalmente, do problema da baixa utilização de energia renovável em queimadores, responsáveis por grande parte do consumo de energia no Brasil, o pesquisador da Escola Politécnica, Bruno Bocchi, desenvolveu um protótipo de um queimador infravermelho movido a etanol. Por questões de infraestrutura de pesquisa e pelo foco comercial, Bruno se limitou a uma aplicação de pequeno porte em uma churrasqueira, que apresentou várias vantagens em relação às churrasqueiras convencionais (aquelas que utilizam, por exemplo, eletricidade, GLP, gás natural ou carvão vegetal).

No Brasil, atualmente, a maior parte da matriz energética não é renovável, apesar da grande utilização de hidrelétricas para a obtenção de eletricidade. Isso porque a eletricidade é só uma fração pequena do consumo de energia total: os queimadores são os que mais consomem energia na indústria e, por sua vez, no país como um todo. Queimadores, segundo o pesquisador, são peças que podem ter uso domiciliar (aquela “boca” do fogão é um queimador) e industrial (para gerar vapor em uma caldeira, é necessário um queimador). Ele explica que, exceto no caso do fogão, as pessoas não utilizam queimadores na rotina: “Ninguém fala disso. Só se fala de motor e eletricidade, que é o que a gente usa todo dia”.

Pensando nisso, foi feita uma análise para desenvolver um queimador para uma churrasqueira. Houve uma preocupação com o baixo custo do equipamento, que utiliza o combustível etanol, e o queimador infravermelho que, ao contrário da tradicional chama azul, funciona através de uma troca de calor direta e mais rápida. Bocchi expõe que, hoje, as churrasqueiras elétricas e as de GLP têm limitação de potência, enquanto que a de gás natural tem uso restrito. “O que acaba acontecendo é que todo mundo usa o carvão vegetal”, diz o pesquisador. Sendo assim, esse novo protótipo de churrasqueira apresentou uma série de ganhos em relação à de carvão vegetal: o etanol é mais barato e mais fácil de ser adquirido, a churrasqueira demora menos tempo para começar a funcionar (basta apertar um botão), há a possibilidade de diminuir e aumentar o fogo, é possível brincar com o design porque não precisa de uma grelha de combustão, não gera muita sujeira e, principalmente, envolve sustentabilidade (metade do carvão vegetal consumido no país é proveniente da derrubada de florestas nativas).  

“Foi desenvolvida a pesquisa e depois fiz churrasco para ver se o equipamento funcionava direito”, comenta o pesquisador. O conceito do protótipo inicial foi validado, mas ainda há forte preocupação com a segurança do produto, já que ainda precisa de óculos de proteção para usar um maçarico no momento de ligar a churrasqueira. Além disso, é preciso fazer mais testes para garantir que o produto seja confiável. Agora, é necessária uma segunda fase de pesquisa até que a churrasqueira entre em linha de produção.

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